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08/10/2023 09:49
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Conselho de Segurança da ONU tenta deter escalada após ataque do Hamas

Apesar dos esforços da comunidade internacional, que condenou massivamente os ataques ao longo do sábado, não parece provável que a violência na região seja reduzida neste momento
/ Foto: Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
Redação com Metrópoles

Os violentos ataques terroristas do grupo extremista islâmico Hamas contra civis e militares israelenses, nesse sábado (7/10), alarmaram a comunidade internacional, que tenta evitar uma escalada da violência no Oriente Médio enquanto Israel bombardeia a Faixa de Gaza em resposta. O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem o Brasil em sua presidência rotativa, terá uma reunião na tarde deste domingo (8/10), em Nova York, para tratar do conflito e buscar opções.

Israel foi alvo de intenso ataque dos extremistas do Hamas. A violência e o elemento-surpresa levaram analistas mundo afora a compararem o evento aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. Autoridades israelenses classificaram esta ofensiva repentina, com bombardeios e avanços por terra, que deixaram centenas de mortos e feridos, como uma das maiores da história do país.

Apesar dos esforços da comunidade internacional, que condenou massivamente os ataques ao longo do sábado, não parece provável que a violência na região seja reduzida neste momento. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra aos palestinos, ameaçou transformar a Faixa de Gaza em ruínas e liderou ataques aéreos. O Hamas reagiu lançando mais foguetes em direção a Israel ao longo da noite. Os terroristas também sequestraram dezenas de reféns israelenses, tanto militares quanto civis, e os levaram para “túneis da resistência”, provavelmente para tentar uma vantagem estratégica contra o poderio militar do oponente.

Os esforços e limites da ONU

O Brasil, que convocou a reunião de emergência na ONU, condenou os ataques do Hamas, alegou que “não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis”, e solicitou que os envolvidos exerçam “máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação”.

No mês de outubro, a presidência rotativa do grupo é do Brasil, que ocupa uma das 10 vagas para membros não permanentes do Conselho. A entidade pode aprovar um pronunciamento contra o conflito e pedir negociações de paz. O grupo, porém, tem sido pouco efetivo na resolução de conflitos internacionais, como a guerra da Ucrânia.

Ele é composto por cinco membros permanentes e com poder de veto: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Outros 10 países fazem parte do Conselho de forma temporária, com mandato de dois anos: Brasil, Albânia, Equador, Emirados Árabes, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça.

Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou estar chocado com os ataques e repudiou o terrorismo “em qualquer de suas formas”. O petista ressaltou que o Brasil “não poupará esforços para evitar a escalada do conflito”, inclusive na presidência do Conselho de Segurança da ONU.

“Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, escreveu Lula.

Em pronunciamento televisionado durante a noite, Netanyahu pediu aos israelenses que saiam da Faixa de Gaza: “Transformaremos em ruínas todos os lugares onde o Hamas se esconde e onde opera. Saiam daí agora”, destacou. O líder, porém, reconheceu que o conflito levará tempo e disse que a guerra “vai ser difícil”.

A ação dos extremistas surpreendeu a inteligência do governo israelense, que não conseguiu antecipar o ataque e permitiu, dessa forma, que diversos pontos mais distantes da Faixa de Gaza fossem invadidos. A vulnerabilidade é semelhante à Guerra do Yom Kippur, há exatos 50 anos, quando Israel foi alvo de ataques coordenados por parte do Egito e da Síria.
Sábado de terror

Mohammad Deif, comandante do grupo armado, informou, em comunicado, que 5 mil foguetes foram lançados. Membros do Hamas entraram no território israelense pela Faixa de Gaza em mais de 20 pontos, e atingiram ou levaram israelenses como reféns. Os confrontos foram registrados principalmente na região sul do país.

Depois da contraofensiva israelense na Faixa de Gaza, o Hamas voltou a atacar e bombardeou a cidade de Tel Aviv, de acordo com a Associated Press. O ministro da Energia israelense, Israel Katz, solicitou o corte de energia em Gaza.

O ataque do Hamas aconteceu durante a festa judaica de Simchat Torá, quando se encerra e se reinicia a leitura da Torá. Deif definiu a ofensiva do Hamas como uma resposta aos 16 anos de bloqueio na Faixa de Gaza, além dos ataques israelenses na Cisjordânia no último ano e a situação de disputa de Al Aqsa, local sagrado em Jerusalém.

 

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