A primeira pesquisa feita após o fiasco de Joe Biden no debate eleitoral da última quinta-feira, realizada pela CBS News, levou uma mensagem desafiadora para o presidente dos Estados Unidos. Para 72% dos eleitores norte-americanos, o atual chefe da Casa Branca deve desistir de sua candidatura à reeleição, incluindo 46% dos democratas, seus correligionários.
Sob forte pressão desde o mau desempenho diante de Donald Trump, Biden recebeu, ontem, uma onda de apoio de líderes democratas, liderados pelos ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton. Ao mesmo tempo, a Casa Branca negou relatos de que ele estava se reunindo com sua família para avaliar sua candidatura.
Apesar da enxurrada de dúvidas públicas, inclusive um apelo do conselho editorial do New York Times para que o presidente saia de cena, nenhuma figura importante do partido se uniu para pedir a renúncia. "Não se trata de desempenho em termos de um debate, mas de desempenho em uma Presidência", disse a deputada democrata Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara, ao programa State of the Union, da CNN.
"De um lado da tela, você tem integridade; do outro lado, você tem desonestidade", reforçou Pelosi. "Biden é o único democrata que pode derrotar Donald Trump", assinalou o senador democrata Chris Coons, de Delaware, estado natal do presidente, no programa This Week, da ABC.
"Biden absolutamente não deve desistir da corrida", opinou o senador da Geórgia Raphael Warnock no programa Meet the Press, da NBC. "Nosso trabalho é garantir que ele ultrapasse a linha de chegada, em novembro. Não para o bem dele, mas para o bem do país", acrescentou, fazendo eco a várias outras figuras do partido que tentam mudar o foco do que eles entendem como o desempenho infeliz de Biden para uma enxurrada de mentiras contadas por Trump durante o debate.
Biden e familiares viajaram para a residência presidencial em Camp David na noite de sábado, onde a NBC News divulgou que se esperava que fosse avaliado o futuro de sua campanha de reeleição. A informação foi negada pelo vice-secretário de imprensa adjunto da Casa Branca, Andrew Bates. Na rede X, ele postou que a viagem havia sido planejada desde antes do debate.
Antes do descanso em Camp David, o presidente participou de três eventos de arrecadação de fundos de campanha, na tentativa de evitar a fuga de doadores ricos da campanha.
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