Duas explosões mataram nesta quarta-feira (3) 103 pessoas que caminhavam em procissão para o túmulo de Qassem Soleimani, o general iraniano morto por um ataque com drone dos Estados Unidos em 2020, no Irã. Outras 211 ficaram feridas, segundo serviços de emergência do Irã.
O grupo, segundo autoridades locais, faria uma homenagem pelos quatro anos da morte de Soleimani, ex-comandante da Guarda Revolucionária do Irã e uma das pessoas mais influentes no país quando morreu, em 3 de janeiro de 2020.
O governo iraniano chamou a explosão de "atentado terrorista" e disse se tratar de um ataque suicida cometido por pessoas que estavam no meio da multidão. Nenhum grupo havia reivindicado o ataque até a última atualização desta reportagem.
A imprensa local afirmou que as explosões ocorreram em uma rua a caminho do cemitério onde o corpo de Soleimani está enterrado, na cidade de Kerman, na região central do país.
A primeira explosão, segundo o serviço de emergência de Kerman, aconteceu a cerca de 700 metros do túmulo do general iraniano. Pelas redes sociais, pessoas que estavam no local relataram haver centenas de corpos espalhados.
Já a segunda explosão ocorreu minutos depois, em um ponto mais afastado e perto das primeiras equipes de emergência que já haviam chegado, ainda de acordo com as autoridades locais.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, não nomeou culpados mas afirmou que o ataque foi feito por "inimigos malignos e criminosos da nação iraniana".
"Os inimigos malignos e criminosos da nação iraniana criaram mais uma vez uma tragédia e martirizaram um grande número do nosso querido povo em Kerman, na atmosfera perfumada dos túmulos dos mártires em Kerman", declarou, em comunicado.
O ministro de Interior iraniano, Ahmad Vahidi, prometeu uma "resposta retumbante".
As explosões aumentaram as tensões no Oriente Médio, já elevadas por conta da guerra entre Israel e Hamas. Ontem, um ataque com drones em Beirute, no Líbano, matou Saleh al-Arouri, um dos chefes do Hamas. O governo libanês acusou Israel, que ainda não havia se manifestado sobre o caso até a última atualização desta notícia.
Após as explosões, a brigada Al-Quds, braço de elite da Guarda Revolucionária do Irã, afirmou que atacou posições do Exército de Israel na Faixa de Gaza, em uma operação conjunta com soldados do Al-Qassam, o braço armado do Hamas.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou o ataque e disse condenar "o terrorismo em todas as suas formas".
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