O órgão regulador do hipismo (FEI), responsável pela equitação olímpica em Versalhes, encontrou fotos de cavalos com a língua azulada causada pela falta de oxigênio durante a competição de adestramento, disse o veterinário-chefe da organização à Reuters nesta terça-feira.
Questões relacionadas ao bem-estar dos cavalos estão sendo analisadas de perto nas Olimpíadas, no momento em que o esporte enfrenta os desdobramentos de um incidente envolvendo a cavaleira britânica Charlotte Dujardin que provocou debates éticos e temores sobre seu futuro olímpico.
Seis vezes medalhista olímpica, Dujardin foi provisoriamente suspensa em 27 de julho, depois que surgiram imagens mostrando-a chicoteando as pernas de um cavalo várias vezes durante o treinamento.
A FEI analisou fotos de eventos de adestramento das Olimpíadas tiradas por um de seus fotógrafos, disse o veterinário-chefe da FEI, Goran Akerstrom, acrescentando que algumas das fotos tiradas no Grand Prix de adestramento na última terça-feira mostravam cenas de danos aos animais.
"A preocupação nessas fotos eram as línguas azuis, provavelmente causadas pela alta tensão das rédeas", afirmou Akerstrom, acrescentando que freios duplos, obrigatórios em torneios de adestramento de alto nível, também desempenharam um papel no corte de oxigênio da língua, causando "dor ou desconforto desnecessário".
Grupos de defesa dos direitos dos animais, como PETA, criticaram os cavaleiros de adestramento por usarem freios duplos.
A FEI não tomou nenhuma medida disciplinar e as descobertas não afetarão os resultados do adestramento. Os veterinários da entidade notificaram o júri da competição, que então convocou os cavaleiros envolvidos para uma "discussão" sobre a questão, disse Akerstrom.
Reagindo ao incidente com Dujardin, a FEI, com sede na Suíça, prometeu que seria inflexível na garantia do bem-estar animal em Versalhes. Pela primeira vez, a revisão fotográfica incluiu uma camada de verificações especiais ligadas ao bem-estar dos cavalos.
As autoridades da FEI já haviam sancionado um cavaleiro brasileiro, Carlos Parro, por uma polêmica hiperflexão do pescoço e desqualificado alguns cavalos com pequenos sangramentos durante as Olimpíadas.
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