O líder do Hamas, Ismail Hanieyh, morreu em um ataque de "projétil de curto alcance" disparado contra sua residência em Teerã, afirmou neste sábado (3) a Guarda Revolucionária do Irã, braço de elite das Forças Armadas que responde ao líder supremo.
"Esta operação terrorista aconteceu com o disparo de um projétil de curto alcance com uma ogiva de quase 7 kg de fora do local onde os hóspedes estavam alojados, provocando uma forte explosão", afirma um comunicado publicado pela agência oficial de notícias Irna.
A vingança pela morte do líder do Hamas será "severa e em um momento, lugar e maneira apropriados", acrescentou a declaração da Guarda, culpando o "regime sionista terrorista" de Israel por sua morte.
O Irã e o Hamas acusaram Israel de realizar o ataque que matou Haniyeh horas depois que ele compareceu à posse do novo presidente do Irã. Autoridades israelenses não assumiram a responsabilidade.
A Guarda também acusou o "governo criminoso dos EUA" de apoiar o ataque que a mídia iraniana disse ter ocorrido em um subúrbio ao norte de Teerã.
Uma investigação realizada pelo jornal "The New York Times" divulgada quinta-feira (1º) já apontava que Haniyeh foi morto pela detonação de uma bomba escondida em uma base militar em Teerã durante dois meses.
A informação, segundo a reportagem, foi confirmada ao jornal por sete autoridades de países do Oriente Médio, incluindo dois iranianos e um norte-americano.
Morte de Haniyeh
Na madrugada da quarta-feira (31), o Hamas e a Guarda Revolucionária do Irã afirmaram que o principal líder do Hamas, Ismail Haniehy, e um de seus guarda-costas foram assassinados.
Haniehy estava no Teerã para a posse do novo presidente iraniano. O vice-presidente Geraldo Alckmin também estava na cerimônia.
"A residência de Ismail Haniyeh, chefe do escritório político da Resistência Islâmica do Hamas, foi atingida em Teerã, e como resultado deste incidente, ele e um de seus guarda-costas foram martirizados," disse um comunicado da Guarda Revolucionária.
Segundo a TV estatal iraniana, ele foi morto às 2h de quarta, horário de Teerã (20h de terça em Brasília), enquanto estava numa residência de veteranos de guerra no norte da capital iraniana.
Ainda na quarta-feira, a imprensa estatal iraniana afirmou que a morte ocorreu por conta de um ataque aéreo. Segundo as fontes ouvidas pelo "The New York Times", autoridades iranianas já sabiam que a morte ocorreu pela explosão de uma bomba, mas não quiseram divulgar a informação para não mostrar fragilidade da segurança no país.
Israel não comentou sobre o caso, porém, havia prometido matar Haniyeh e outros líderes do Hamas após o ataque do grupo em 7 de outubro, que matou 1.200 pessoas e viu cerca de 250 serem feitas reféns.
Segundo canal de TV Al Mayadin, sediado em Beirute, capital do Líbano, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse que "é dever do Irã vingar o sangue de Haniyeh porque ele foi martirizado em nosso solo".
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou veementemente o assassinato do líder do Hamas, informou a agência de notícias estatal WAFA.
Grupos palestinos convocaram uma greve geral e manifestações em massa após o assassinato de Haniyeh.
Em maio, Haniyeh teve a prisão pedida pelo procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra durante o conflito entre Israel e Hamas. Na ocasião, outros dois chefes do Hamas tiveram a prisão pedida, assim como o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu ministro da defesa, Yoav Gallant.
Não houve reação dos Estados Unidos. A administração de Joe Biden tenta pressionar o Hamas e Israel a concordarem com um cessar-fogo temporário e um acordo de libertação de reféns.
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