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14/10/2022 09:27
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Thiago Brennand acusado de agredir modelo é preso pela Interpol

Empresário viajou para Dubai em setembro, após virar réu por agressão em academia. Ele era procurado pela Justiça de São Paulo, que decretou a prisão dele por não ter entregado passaporte até 23 de setembro
/ Foto: Reprodução/Instagram
Redação com G1

 A Interpol prendeu o empresário e herdeiro Thiago Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira, que está foragido desde o dia 27 após aparecer num vídeo agredindo a modelo Helena Gomes depois de discutir com ela numa academia em São Paulo. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (14) à reportagem pela delegada Ivalda Oliveira Aleixo, da Divisão de Capturas do Departamento de Operação Policiais Estratégicas (Dope) da Polícia Civil de São Paulo.

"Pode informar que a Polícia Civil de São Paulo confirmou a informação com a Interpol de que Thiago Brennand foi preso nesta quinta-feira [13) em Dubai", disse a delegada Ivalda.

Segundo ela, a Polícia Federal (PF) cuidará da vinda do empresário ao Brasil. "Ainda estamos falando com a PF para saber como será esse trâmite já que o procurado foi detido em outro país", falou Ivalda.

O caso foi revelado no mês passado pelo Fantástico. Além disso, ele é investigado por suspeita de ter feito mais vítimas. Ao menos três mulheres afirmam terem sido tatuadas as iniciais do seu nome: "TFV". Ele é acusado de ter agredido dois homens.

O empresário de 42 anos é considerado foragido da Justiça desde que sua prisão preventiva foi decretada, em 23 de setembro, a pedido do Ministério Público (MP). Foi determinado que a Polícia Federal (PF) inclua nome e foto dele na lista de procurados da Interpol, a Difusão Vermelha da polícia internacional.

Brennand virou réu por lesão corporal contra uma mulher e corrupção de menor de idade. No pedido liminar negado nesta semana pela Justiça, a defesa alegou ele está sendo "caçado como troféu ao combate à violência contra mulher".

“Não há por que suspender o decreto de custódia cautelar, um vez que o paciente encontra-se em país com distância suficiente do Brasil a se poder afirmar que, inegavelmente, enquanto se analisa as pretensões aqui deduzidas não se dará o cumprimento do decreto de prisão”, escreveu o relator Maurício Henrique Guimarães Pereira Filho.

Thiago também teria enviado e-mails aos Ministério Público e reclamado sobre a maneira que seu nome foi escrito.

Prisão preventiva

A prisão foi decretada por ele ter descumprido uma decisão judicial e não ter se apresentado para entregar o passaporte num prazo de dez dias já vencidos. Thiago viajou em 3 de setembro para Dubai, nos Emirados Árabes. Segundo sua defesa alegou à época, ele voltará ao Brasil em 18 de outubro.

Ele embarcou no avião antes de a Justiça aceitar a denúncia do Ministério Público e torná-lo réu pelos crimes de crimes de lesão corporal e corrupção de menores no caso que envolve uma aluna da Bodytech. A Promotoria também o acusa de incentivar o filho dele, menor de 18 anos, a ofender a mulher, de 37 anos.

Delegado-geral

Em entrevista ao g1 e à TV Globo, o delegado-geral de São Paulo, Osvaldo Nico Gonçalves, confirmou a informação de que Brennand é procurado também pela Polícia Federal.

A Justiça também proibiu o empresário de frequentar academias e de se aproximar de testemunhas. Ele ainda não foi interrogado.

Mais vítimas

O Núcleo de Atendimento à Vítima de Violência (NAVV) do Ministério Público começou a ouvir as 11 novas vítimas que acusam Brennand de crimes. Entre elas estão nove mulheres que disseram ter sido estupradas pelo empresário. Sendo que três falaram que ele as obrigou a tatuarem as iniciais dele em seus corpos.

Os casos acima teriam ocorrido entre 2021 e este ano em Porto Feliz, no interior paulista, onde o empresário tem residência num condomínio de alto padrão. Entre as vítimas, estão mulheres que o conheceram pelas redes sociais ou pessoalmente e tiveram algum contato ou relacionamento com ele. Uma delas falou com o Fantástico:

Além das mulheres, ao menos dois homens acusam o empresário de agressões. Um foi um enfermeiro de um hospital na capital; outro um garçom de um hotel em Porto Feliz.

Defesa x acusação

Desde o início da repercussão do caso, a defesa de Brennand tem negado as acusações de que o empresário agrediu Helena dentro da academia e de que incitou seu filho a xingar a aluna. Em entrevista ao Fantástico, o empresário chegou a alegar que fez "uso comedido da força" quando puxou os cabelos da aluna.

"O vídeo com a Helena, que é uma coisa onde você vê um camarada como eu fazendo uso comedido da força. Não há um tapa, não há uma lesão. A mulher não sofreu uma lesão. Colocaram uma foto de um chumaço de cabelo, uma pantomima. Um chumaço de cabelo. É evidente que o empurrão gerou nada. O que houve ali foi uma contenção e uma resposta certeira. E faria absolutamente tudo de novo", disse o empresário ao programa da TV Globo.

De acordo com a Justiça, Helena passou a ser perseguida por Brennand depois que ele pediu o número do telefone dela na academia e a convidou para sair para jantar. Como ela não aceitou, o empresário a destratou e a agrediu.

“Neste momento, ele me deu um empurrão. Além dele empurrar daquela forma, ele foi falando vários palavrões”, contou a modelo também em entrevista ao Fantástico. “Ele falou: ‘Vou cuspir em você porque você merece’. E cuspiu em mim.”

Durante as investigações, a Polícia Civil apreendeu acessórios para armas de Brennand dentro de uma mala em um armário dele que fica no Centro Equestre do Condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz.

Uma perícia irá apontar se os equipamentos estão legalizados. Logo após a operação, o Exército suspendeu o certificado de registro de CAC (sigla para colecionador de armas, atirador e caçador desportivo), que permitia a Thiago ser colecionador de armas.

 

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