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11/01/2023 07:11
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Soyuz voltará à Terra sem tripulação após acidente, avisa agência espacial

Meteorito causou furo de 1 milímetro de diâmetro na fuselagem e desregulou a temperatura; os três ocupantes estão bem de saúde
/ Foto: HANDOUT/NASA/AFP – 15.12.2023
R7

A Roscosmos, a agência espacial russa, informou nesta quarta-feira (11) que a cápsula Soyuz, atualmente acoplada à Estação Espacial Internacional e que foi vítima de um vazamento de gás refrigerado no mês passado, deverá retornar à Terra sem tripulação. O gás tem a função de manter a temperatura amena dentro da cápsula.

"Os especialistas concluíram que a Soyuz M-22 tem que regressar à Terra sem tripulação", declarou a Roscosmos, que confirmou, num comunicado, que o vazamento foi provocado pelo "impacto" de um pequeno objeto cósmico responsável por deixar um furo de menos de 1 milímetro de diâmetro.

A Nasa está analisa se a espaçonave da SpaceX Dragon pode oferecer uma alternativa para alguns membros da Estação Espacial Internacional, após a cápsula russa sofrer um vazamento de fluído refrigerador enquanto estava acoplada ao laboratório orbital.

Juntas, a Nasa e a Roscosmos investigam melhor a causa da perfuração. A nave Soyuz deveria devolver à Terra a equipe de dois cosmonautas e um astronauta dos EUA no início deste ano.

Porém, o vazamento de 14 de dezembro, que esvaziou a Soyuz de um fluido vital usado para regular a temperatura da cabine da tripulação, desestabilizou as rotinas da estação espacial da Rússia, com engenheiros em Moscou examinando se deveriam lançar outro Soyuz para recuperar a equipe de três homens que voou para a ISS a bordo do MS-22 Craft.

Cápsula Soyuz avariada

Em dezembro, as agências espaciais de Rússia e Estados Unidos avaliavam a gravidade do vazamento no sistema de refrigeração da nave espacial russa atracada na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). Até então, não se sabia a causa do acidente.

A nave espacial Soyuz MS-22 está acoplada à ISS desde que levou os cosmonautas russos Sergei Prokopyev e Dmitry Petelin em setembro de 2022, assim como o astronauta americano Frank Rubio.

Na época do acidente, os dois russos se preparavam para uma caminhada espacial quando o sistema de alarme disparou, o que indicava uma queda na pressão do sistema de refrigeração da nave espacial, segundo um comunicado da agência espacial russa Roscosmos.

Nas imagens difundidas pela Nasa, já era possível ver claramente um jato de partículas brancas escapando no espaço, que seria o líquido refrigerante.

"A causa do vazamento poderia ser um micrometeorito", disse, na época, Sergei Krikalev, diretor de voos espaciais tripulados da Roscosmos, segundo uma nota divulgada pela agência de notícias russa Tass.

O líquido estava vazando da parte traseira da nave, atracada no segmento russo da ISS. O vazamento parou sozinho pouco tempo depois.

A caminhada espacial foi cancelada "para dar tempo de avaliar o fluido e os possíveis impactos na integridade da nave espacial Soyuz", disse a Nasa em comunicado.

"Os membros da tripulação a bordo da Estação Espacial estão a salvo e não estiveram em perigo durante o vazamento", acrescentou a agência americana.

Resgate alternativo

Os dois cosmonautas russos e o astronauta americano chegaram à ISS em 21 de setembro a bordo de um foguete russo lançado do Cazaquistão.

De acordo com a programação, eles deveriam utilizar essa mesma nave para retornar à Terra depois de seis meses, ao término de sua missão, em março de 2023. Contudo, diante do dano causado à nave, as possíveis soluções de 'backup', que não foram detalhadas oficialmente, poderiam incluir o envio de um novo veículo.

Outras quatro pessoas estão a bordo da ISS atualmente: a russa Anna Kikina, os americanos Nicole Mann e Josh Cassada, e o japonês Koichi Wakata.

Os quatro fazem parte da tripulação Crew-5, que chegou à ISS em outubro, a bordo de uma nave da empresa privada SpaceX, cujos serviços são contratados pela Nasa.

O intercâmbio para que um cosmonauta russo voasse a bordo de uma nave americana e vice-versa foi planejado durante muito tempo, e se concretizou apesar das tensões entre os dois países.

A ISS é um dos poucos campos de cooperação ainda em curso entre Moscou e Washington desde o início da invasão russa da Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro, e da reação do Ocidente com a imposição de sanções econômicas.

A plataforma orbital foi lançada em 1998, em um momento de cooperação entre Estados Unidos e Rússia, após a corrida espacial em que os dois se envolveram durante os anos da Guerra Fria.

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