Alagoas reafirma seu papel de destaque no cenário nacional ao registrar um crescimento significativo na Economia Criativa. Segundo dados compilados pelo Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado foi o terceiro com maior expansão no mercado de trabalho voltado para áreas criativas entre o quarto trimestre de 2022 e 2023. Com um aumento de quase 25% no número de trabalhadores, Alagoas ficou atrás apenas de Roraima (27%) e Sergipe (28%), se consolidando como um pólo emergente no setor.
De acordo com a pesquisa, o Brasil teve um crescimento médio de 4%, enquanto Alagoas superou essa marca em cinco vezes, com maior crescimento nos setores de Audiovisual, Artesanato, Moda e Publicidade.
Os segmentos analisados incluem moda, atividades artesanais, indústria editorial, cinema, rádio e TV, música, desenvolvimento de software e jogos digitais, serviços de tecnologia da informação, arquitetura, publicidade e serviços empresariais, design, artes cênicas, artes visuais, museus e patrimônio.
A secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas, Mellina Freitas, analisou os dados com otimismo. "Os números refletem não apenas um crescimento quantitativo, mas também a consolidação de políticas públicas eficazes. Os incentivos do Governo de Alagoas e do Governo Federal têm sido fundamentais para fortalecer nossos setores culturais e criativos, proporcionando suporte financeiro e estrutural”, falou a gestora.
"Além disso, os dados são uma validação do nosso compromisso em promover a economia criativa como um pilar essencial para o desenvolvimento socioeconômico de Alagoas. Estamos fortalecendo uma rede de criatividade que não só gera empregos diretos e indiretos, mas também a valorização da nossa identidade cultural”, destacou.
Economia da Cultura e das Indústrias Criativas
A Economia da Cultura e das Indústrias Criativas no Brasil demonstrou um vigoroso crescimento em 2023, adicionando 287 mil novos postos de trabalho, alcançando um total de 7,8 milhões de trabalhadores ativos. Este crescimento, o mais robusto desde 2012, foi impulsionado por setores como Design (29%), Música (24%), Desenvolvimento de Software e Jogos Digitais (18%) e Gastronomia (16%).
Entretanto, o setor editorial enfrentou desafios significativos, com uma queda de 20% no número de trabalhadores, refletindo uma migração desses profissionais para outras áreas econômicas mais promissoras.
A pesquisa revelou também um aumento na informalidade, com 37% dos trabalhadores do setor operando em condições informais, totalizando 2,9 milhões de pessoas. Esse aumento foi mais pronunciado do que na economia brasileira como um todo, que registrou um crescimento de informalidade de 3%.
Disparidades salariais continuam sendo uma preocupação crítica, com trabalhadores negros e mulheres enfrentando os maiores desafios. Em média, mulheres no setor criativo ganhavam R$ 3,2 mil, 42% menos do que os homens, cujo salário médio era de R$ 5,6 mil. A diferença salarial é ainda mais marcada para mulheres negras, cujos rendimentos eram quase 67% inferiores aos dos homens brancos, destacando uma profunda desigualdade racial e de gênero.
Regionalmente, o emprego na economia criativa apresentou variações significativas, com estados como Sergipe (+28%) e Roraima (+27%) liderando o crescimento, enquanto estados como Rio Grande do Norte (-18%) e Piauí (-14%) registraram as maiores quedas.
Apesar dos desafios, a Economia da Cultura e das Indústrias Criativas continua a ser um motor de crescimento econômico e inovação, oferecendo oportunidades significativas para empreendedores e profissionais que buscam explorar novas ideias e transformá-las em produtos e serviços de alto valor agregado.
Alagoas Criativa
Nos últimos anos, a cultura em Alagoas tem vivenciado um crescimento significativo, expandindo sua presença e conquistando novos espaços. O Governo de Alagoas e o Governo Federal têm intensificado seus investimentos e incentivos para impulsionar os diversos segmentos culturais. A Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult) e o Ministério da Cultura desempenham um papel fundamental no apoio a projetos culturais através de iniciativas como editais, programas como o Fomento e Incentivo à Cultura em Alagoas (Fica), Alagoas é Cultura no Interior (Pacin), e Capacitação Técnica Cultural (Pró Cultura) e Leis, como a Aldir Blanc e a Paulo Gustavo.
"Desenvolver e descentralizar políticas públicas culturais, fortalecendo a identidade de nosso povo, sempre foram nossas prioridades. Estamos ampliando o acesso aos recursos, promovendo a economia criativa, incentivando a geração de empregos e contribuindo para o desenvolvimento social e econômico através da cultura", afirmou a secretária Mellina Freitas.
Em abril de 2023, a Secretaria de Estado da Cultura, como era anteriormente chamada, ganhou uma nova denominação com a inclusão da Economia Criativa, conforme estabelecido pela Lei Delegada publicada no Diário Oficial do Estado em 31 de dezembro de 2022. Assim, passou a se chamar Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas. "Continuamos a celebrar nossas tradições populares e a fortalecer os segmentos culturais, ao mesmo tempo em que damos visibilidade à função econômica da cultura e nos conectamos com as melhores práticas globais em gestão cultural", acrescentou a gestora.
No mesmo ano, a Secult lançou o programa Alagoas Criativa, dedicado ao desenvolvimento da Economia Criativa no estado. Segundo Mellina, o programa visa fomentar a Economia Criativa, incentivando a criação, produção e comercialização de bens e serviços ligados à cadeia produtiva da cultura.
"Este é um passo fundamental para que nosso estado possa se destacar no mercado global da criatividade. Além de promover cultura, inovação e economia, o Alagoas Criativa visa gerar empregos e renda para a população alagoana. Queremos que Alagoas seja reconhecida não só por suas belezas naturais e tradições, mas também como um centro de inovação artística e criatividade sustentável", destacou.
O programa se estrutura em diversos eixos estratégicos, incluindo formação e capacitação, fomento e financiamento, networking e visibilidade, estudo, pesquisa e metodologia, territórios criativos e redes. Suas iniciativas incluem oficinas, cursos, workshops e eventos para qualificar empreendedores criativos, impulsionar novos negócios culturais, promover a visibilidade de produtos e serviços locais, e estruturar arranjos produtivos regionais.
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