Atualizada no sábado, às 06h18
José Gabriel Borba Gomes de Barros tem 28 anos e começou a estudar para concurso em dezembro de 2017. Depois de tanta dedicação e muito dinheiro investido, já que fez vários cursos, o alagoano foi aprovado no último concurso da Polícia Militar do Estado de Alagoas. As provas foram realizadas no dia 15 de agosto. Até aí tudo bem. Só que o que era a realização de um sonho tem sido um pesadelo. Isso porque há indícios de que alguns candidatos teriam comprado o gabarito da prova objetiva. A suspeita de fraude começou a ser investigada após a prisão de um homem que ficou entre os primeiros colocados sem ter o ensino médio completo.
Pois bem, com o concurso suspenso por tempo indeterminado, inclusive com reuniões acontecendo em Brasília entre a Secretaria do Planejamento e Gestão do Estado de Alagoas (Seplag) e o Cebraspe, responsável pela prova, aprovados por mérito estão mobilizados em expor cada um, mostrando inclusive a luta que foi para ser aprovado.
Para chamar a atenção da população, os aprovados organizam mutirão para doação de sangue tanto em Maceió quanto em Arapiraca. Na capital de Alagoas a ação está marcada para acontecer neste sábado (25). Até o momento 66 aprovados já confirmaram que participarão. Os aprovados dos Estados de Sergipe e Pernambuco também estão engajados.
Em contato com José Gabriel, citado no início do texto, ele falou um pouco sobre a sua preparação.
"Ao todo investi em OITO cursos preparatórios de QUATRO cursinhos diferentes. Fiz assinatura em DOIS sites de questões. Sem falar na impressora que comprei e outros materiais físicos. Fiz mais de SETE MIL questões e dediquei quase 100% da preparação para o concurso da PMAL", relatou o jovem.
Gabriel inclusive ficou perto de entrar na corporação em outras oportunidades, mas por conta de dois pontos não conseguiu. Este ano ele fez 90.
Para mostrar a cara e a trajetória de cada um dos aprovados por mérito, foi criado um perfil no Instagram: @aprovados_pmal2021. Até o momento já foram divulgados 85 perfis, demonstrando total transparência.
"O número dos aprovados legítimos é infinitamente superior aos que passaram fraudando, esses devem ser punidos, mas nós não", reforçou Gabriel, que espera não somar essa frustração no seu currículo.
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