A história do rádio esportivo alagoano carrega pelo tempo figuras marcantes. Uma delas é Arivaldo Maia. Narrador há mais de cinco décadas, Ari, como é carinhosamente chamado pelos amigos, é a voz do futebol em Alagoas, um profissional respeitado e querido por todas as torcidas.
Em 2021, ele ficou fora das transmissões esportivas da rádio 98,3 FM. Precisou lutar pela vida num hospital particular de Maceió.
Aos 73 anos, Arivaldo contraiu a Covid-19 e ficou 40 dias internado. Precisou ser intubado duas vezes nesse período e travou uma batalha pela sobrevivência.
O narrador concedeu entrevista ao ge/AL nesta quinta e deu um depoimento dramático sobre os momentos vividos por causa do novo coronavírus.
- Com relação ao meu problema de Covid, foi um problema muito sério, gravíssimo! Vocês não têm ideia do que eu passei. Tive 70% do pulmão comprometido, passei 40 dias (no hospital), sendo 32 intubado, com um intervalo no meio disso. Nesses 40 dias que passei lá, tenho poucos momentos de lucidez - revelou Arivaldo, agradecendo o carinho que recebeu de amigos e admiradores.
- Sofri muito, sofri bastante. Os médicos fizeram um trabalho espetacular na MedRadius. Tiveram uma atenção e um carinho fantástico comigo. E as orações de todos vocês que gostam do meu trabalho, de todo Timaço, das pessoas que me ouvem há muitos anos, todas rezando, pedindo a Deus, e Deus é maravilhoso. Estive praticamente morto em algumas oportunidades. Mas Deus é maravilhoso, e com ele eu fiz essa caminhada, auxiliado por Nossa Senhora Aparecida, Santo Expedito e São José.
Arivaldo revelou que chegou a imaginar que não suportaria tanto sofrimento.
"Rezei muito, mas tinha horas que eu pedia pra morrer porque não aguentava mais. Eu dizia: "Meu Deus, me leve que eu não aguento mais".
O narrador relata que os médicos chegaram a não acreditar mais na sua recuperação.
- Pra vocês terem uma ideia, teve um momento em que o médico chamou minha filha, Ariana, e disse: "Vá olhar seu pai. Demore o tempo que você quiser". Não deixaram nem Edna (esposa) entrar. Edna sofreu muito, tá sofrendo até hoje, está muito abatida. E Ariana foi lá, passou meia hora comigo, eu não me lembro de nada disso. Eu tinha cuidadores, que eu também não via. Foi um sofrimento terrível. Essa doença é uma coisa que eu quero que passe bem longe de todos que estão me acompanhando.
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Fonte: GE/AL
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