O Comitê Científico do Consórcio de Governadores do Nordeste (C4NE) lançou a oitava edição do seu boletim de recomendações para combate ao coronavírus nesta segunda-feira (1º). O documento apresenta uma matriz de risco objetiva para adoção de lockdown e reabertura, ou seja, critérios claros para um cálculo numérico, baseado em variáveis que refletem a situação real de um estado e seus municípios.
“Considerando os Estados, podemos notar que o número de casos novos continua dobrando num período entre 5 e 9 dias, enquanto os óbitos dobram entre 7 e 11 dias. No caso específico das capitais, tanto os casos quanto os óbitos continuam dobrando num período entre 7 e 15 dias”, declara o documento.
Para os pesquisadores, devem ser avaliados os itens “tensão sobre o sistema de saúde”, “situação local da pandemia” e “isolamento social e influência geográfica”. Cada um dos itens é construído a partir dos números reais sobre número de leitos de UTIs e enfermarias, porcentagem de profissionais de saúde afastados ou falecidos, taxa de aumento de número de casos e mortes, grau de isolamento social do município, entre outros, num total de 13 critérios.
A partir daí, constrói-se uma escala de 0 a 100 pontos, na qual até 50 pontos representa-se um risco baixo de colapso do sistema de saúde, em um município com pouca influência geográfica, ou seja, baixa capacidade de influenciar entrada e saída de pessoas infectadas através de suas fronteiras; e de 51 a 80 pontos caracteriza-se um estado de alerta, com risco médio de colapso do sistema de saúde, em cidades cujos casos confirmados e óbitos encontram-se num patamar estável.
A partir dos 81 pontos, o C4NE recomenda trancamento, partindo do pressuposto de que se trata de município com grande influência geográfica, casos confirmados e mortes em alta e, portanto, máximo risco de colapso no sistema de saúde.
O documento pode ser acessado na íntegra neste link. O C4NE conta com dez pesquisadores de Alagoas. O professor Fábio Guedes Gomes, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal), participa como representante do estado no comitê executivo; os demais nove estão distribuídos em cada um dos subcomitês, de acordo com as suas respectivas áreas de especialidade.
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