Corregedoria abre 169 investigações e exclui 10 PMs por desvios

Levantamento feito pela Corregedoria da Polícia Militar de Alagoas aponta que em 2023 foram instauradas 169 investigações preliminares e 46 inquéritos policiais contra militares (IPMs), além de 69 processos administrativos simplificados (PADS) e seis conselhos de disciplina. Os procedimentos culminaram no desligamento da corporação de dez policiais militares este ano.

Após o recebimento da denúncia na Corregedoria da Polícia Militar poderá ser instaurado a partir da gravidade do fato e do tipo de denúncia uma Investigação Preliminar, um PADS, Inquérito Policial Militar ou Conselho de disciplina (CD) ou ainda o Conselho de Justificação (CJ), para avaliar as condições de permanência do policial militar.

Ainda em 2023, foram desligados definitivamente da corporação por desvio de conduta seis praças a partir de processos administrativos simplificados; dois praças por Conselho de Disciplina; dois oficiais por Conselho de Justificação, totalizando oito praças e dois oficiais. São submetidos ao Conselho de Disciplina os praças com mais de 10 anos de serviço e os oficiais submentos ao Conselho de Justificação.

DENÚNCIAS SÃO APURADAS, DIZ PM

A Gazeta pergunta à assessoria da Polícia Militar o que a Corregedoria da PM tem feito para que seja feita a justiça em casos que envolvem PMs em Alagoas.

“Todas as denúncias são apuradas e se houver confirmação da conduta irregular do policial militar este é punido se tiver cometido transgressão disciplinar ou instaura-se um inquérito policial militar se tiver indício de cometimento de crime militar. Em casos mais graves como tortura, homicídio, estupro, corrupção entre outras condutas graves pode ser aberto de imediato um conselho para avaliar as condições de permanência nas fileiras da corporação”, destaca a corregedoria da PM.

DESLIGADOS DA CORPORAÇÃO

Um desses casos de investigação que culminou em expulsão aconteceu no início deste ano e envolve o ex-tenente da Polícia Militar Domingos Terêncio Correio Neto. Ele chegou a ser preso durante operação da Polícia Federal contra quadrilha de lavagem de dinheiro.

Em julho, os desembargadores da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) determinaram que o segundo tenente Tiago da Silva Duarte, da PM de AL, perdesse seu posto e patente na corporação.

Ele foi preso em 2019 após ser acusado pelo Ministério Público por liderar organização criminosa que atuava na prática de roubos, tráfico de drogas e invasão à residência.

No mês de setembro, dois cadetes foram desligados do Curso de Formação de Oficiais (CFO) e excluídos da PM após serem flagrados praticando ato sexual na Academia de Polícia Militar, conforme decisão publicada no Boletim Geral Ostensivo (BGO) da corporação.

Já em outubro, o Comando-Geral da Polícia Militar de Alagoas expulsou um cabo e uma soldado da corporação após uma investigação interna apontar que os militares cobravam pagamento em dinheiro vivo ou por meio de pix para não punir condutores flagrados em irregularidades de trânsito.