Bancas próximas umas das outras e muita gente circulando. Esse é o cenário das feiras livres no interior do Estado, que se tornaram um desafio para os gestores municipais. Para fazer cumprir as normas e auxiliar os prefeitos, a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) lançou uma série de recomendações, todas baseadas no decreto governamental.
“A grande dificuldade tem sido conscientizar a população da necessidade e da importância do isolamento social. Mas, os gestores estão enfrentando e mostrando boas práticas”, afirmou a presidente da AMA, Pauline Pereira.
O vaivém das feiras livres também faz circular o novo coronavírus. Não é à toa que 49 cidades alagoanas já possuem casos confirmados da doença.
“É uma situação muito preocupante”, atestou o médico infectologista Fernando Maia. “A gente tem visto que as pessoas nas feiras livres não estão respeitando o isolamento; nem usam máscaras e ainda se aglomeram”, descreveu o profissional, preocupado com o atual estágio da doença em Alagoas. “Estamos no período de maior transmissão da doença, então, agora, mais do que nunca, é importante manter o isolamento. Os casos estão aumentando muito e as pessoas infelizmente não estão respeitando (as normas)”, alertou o infectologista.
Decreto
O artigo sétimo do decreto governamental que mantém, até 5 de maio, as medidas de enfrentamento ao novo coronavírus em Alagoas, estabelece que os municípios devem adotar medidas necessárias, no âmbito de suas competências, para a prevenção e o enfrentamento da Covid-19 (coronavírus). Dentre elas está, justamente, a reorganização das feiras livres.
Isso deve acontece de modo a assegurar o distanciamento social, evitar a aglomeração de pessoas e contatos proximais, além de manter as condições de higiene dos respectivos ambientes, observando as recomendações da autoridade sanitária, bem como portaria da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura (Seagri).
Com base no decreto, a AMA lançou uma série de recomendações para auxiliar as gestões municipais que, dentre outras, trata da regulamentação das feiras. “Sabendo que a feira é um mecanismo para manter a economia do município e abastecer a casa dos cidadãos, será mantida com os cuidados básicos, a higienização e a distância de dois metros entre as barracas”, informou a presidente da AMA, Pauline Pereira.
De acordo com ela, as feiras livres devem funcionar somente com a venda de alimentos de primeira necessidade, como cereais, carnes aves, peixes, frutas e verduras. Ainda segundo a presidente da AMA, é preciso evitar a presença de feirantes oriundos de outros municípios, manter a fiscalização por meio das equipes da Vigilância Sanitária, controlar o acesso aos mercados e ter atenção especial às medidas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão e fazer uso de álcool em gel, sempre que possível.
“Os municípios têm se esforçado muito para cumprir as normas do decreto e conscientizar a população da importância do isolamento social. A AMA já lançou uma série de recomendações, todas baseadas no decreto para auxiliar as gestões, como: auxílio na organização das filas nas agências bancárias e lotéricas, a orientação de contratação de empresas de ensino à distância e a regulamentação de feiras e enterros. Até hoje, já foram mais de 45 publicações para orientar sobre prevenção, cuidados e ações”, finalizou Pauline Pereira.
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