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22/07/2020 15:41
Alagoas

Hospital da Mulher atendeu 441 pacientes de Covid-19 por meio da UTI Virtual

Iniciado em 27 de maio deste ano, o projeto é executado em parceria com o Hospital do Coração de Alagoas
/ Foto: Assessoria
Redação com Assessoria

Por meio da tecnologia digital aplicada à telemedicina, baseada em sistemas de segunda opinião e apoio à decisão médica, o Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira (HM), em Maceió, foi a primeira unidade pública de Alagoas a utilizar a UTI Virtual Covid-19 e já atendeu 441 pacientes acometidos pelo novo coronavírus. Iniciado em 27 de maio deste ano, o projeto é executado em parceria com o Hospital do Coração de Alagoas, através da Fundação Cordial e conta com o apoio da Equatorial Energia, Aloo Telecom, de membros da sociedade civil e do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Por meio do projeto, médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e especialistas em medicina intensiva ficam de plantão na UTI virtual do Hospital do Coração, interagindo com várias UTIs reais ao mesmo tempo. Isso se dá por meio da conexão digital, na qual videoconferências e trânsito de imagens diagnósticas permitem a discussão dos casos mais difíceis. Além do Hospital da Mulher, o projeto UTI Virtual Covid-19 abrange os principais hospitais da rede SUS em Alagoas: Hospital Metropolitano, Hospital Regional de Arapiraca, Santa Casa de São Miguel dos Campos e Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe.

Para a infectologista e gerente médica do HM, Sarah Dominique, a medicina virtual, através da visita multidisciplinar com os profissionais das áreas médicas da UTI, tem conseguido ajudar os profissionais que estão na ponta. “Todos os dias, o paciente é avaliado e reavaliado por essa equipe da UTI Virtual, promovendo um cuidado contínuo no que diz respeito ao tratamento do paciente. Essa continuidade é o principal foco da UTI Virtual e o projeto tem conseguido gerar resultados bons e satisfatórios, sobretudo no que se refere à resposta clínica do paciente, onde o período de internação, em alguns casos, é reduzido”, salientou.

Para o nefrologista e coordenador médico do Centro de Terapia Intensiva Covid-19 do HM, Luiz Guilherme de Almeida, a troca de informações entre os especialistas tem sido de fundamental importância para a tomada de decisão terapêutica de cada paciente que é assistido nos leitos da UTI do hospital. “Essa troca de conhecimentos entre os médicos especializados em terapia intensiva do Hospital do Coração e os médicos do Centro de Terapia Intensiva Covid-19 do HM, tem conseguido trazer uma maior serenidade e clareza para discutirmos os casos clínicos”, garantiu.

Através da ciência, da tecnologia, da troca de experiências e de conhecimentos entre os especialistas, o diretor-executivo da Fundação Cordial, Otoni Veríssimo, avalia o projeto UTI Virtual Covid-19 como uma forma de somar esforços às ações dos profissionais de saúde que estão atuando na linha de frente no combate à Covid-19. “Tem sido muito gratificante trocar experiências com esses profissionais que estão, bravamente, atuando na linha de frente no combate à Covid-19. Desde já, quero parabenizar a toda equipe do Hospital da Mulher que está envolvida no projeto, pois o objetivo comum da UTI Virtual é salvar vidas, de modo que a gente possa contribuir ainda mais com nosso conhecimento e vivência, em prol do próximo. A meu ver, isso é indescritível e imensurável”, destacou.

Auxílio ao médico plantonista – De acordo com o diretor-presidente do Hospital do Coração de Alagoas, Ricardo César Cavalcanti, o intercâmbio de informações médicas de um local a outro, via comunicações eletrônicas, para melhorar o estado de saúde clínica do paciente, teve início há, praticamente, três anos, onde o Hospital do Coração buscou utilizar a expertise de seus profissionais, ao fazer tutorias através da telemedicina, voltadas às equipes que atuam nas UTIs da rede SUS do Estado de Alagoas. “A ideia era colocar os especialistas de forma virtual nessas UTIs, passando visitas médicas como se eles estivessem no local, dando auxílio ao médico plantonista que, de fato, estaria presencialmente lá”, explicou.

Ainda segundo ele, a UTI Virtual veio para evidenciar o salto quantitativo que o Estado já tinha feito em seu Plano de Contingência voltado à Covid-19. “Aumentou o número de leitos clínicos e, sobretudo, os de UTI. Por meio do projeto, temos conseguido melhorar significativamente a qualidade do atendimento dos pacientes internos na terapia intensiva, pois, a meu ver, quando você está junto a um colega plantonista, conversando, discutindo e recebendo orientações de uma série de especialistas do outro lado da tela, isso contribui, e muito, para o ganho no serviço que está sendo ofertado à população. Acredito que a UTI Virtual está sendo eficaz dentro do que a gente almejava, e espero que ela continue após a pandemia do novo coronavírus, porque é uma forma efetiva de levarmos qualidade com baixo custo”, pontuou.

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