Auxiliar na autoestima de mulheres que tiveram o seio removido por causa de um câncer de mama. Esse é o objetivo do Programa Ame-se, que garante a reconstrução mamária de mulheres mastectomizadas e foi retomado pelo Governo de Alagoas nessa segunda-feira (19) no Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares, após a diminuição na ocupação de leitos por Covid-19 em todo o estado.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) deu início ao programa em outubro do ano passado, mas precisou pausá-lo em razão da pandemia. Até abril deste ano, o Ame-se já havia atendido 56 mulheres e realizado seis procedimentos cirúrgicos completos, até a colocação da prótese definitiva de silicone.
Ontem, a primeira paciente beneficiada foi Elielma dos Santos, de 32 anos. A vendedora de cosméticos descobriu um câncer na mama há três anos, durante o período em que amamentava a filha mais nova. Elielma retirou primeiro a mama esquerda, onde foi descoberto o nódulo. Em seguida, ela precisou extrair o seio direito, como um procedimento preventivo para reduzir os riscos de desenvolver a doença novamente, já que ela é considerada uma paciente de alto risco para o câncer de mama.
“Finalmente vou me sentir completa de novo, depois de muita luta, e graças à equipe do Ame-se. Sem eles, eu não iria conseguir fazer essa cirurgia. Iniciei a reconstrução mamária no dia 22 de fevereiro, colocando primeiro expansores e, agora, coloquei minhas próteses definitivas de silicone”, relatou.
“Só tenho a agradecer por todo o acompanhamento recebido desses excelentes profissionais. Sempre lutei para conseguir fazer a reconstrução mamária e, se não fosse o Ame-se, não teria conseguido. Isso vai mudar muita coisa na minha vida, principalmente a minha autoestima, e vou voltar a ir à praia, algo que sempre gostei de fazer, mas que, desde que tirei a mama, perdi a vontade de frequentar”, afirmou Elielma, natural de São Miguel dos Campos.
Etapas da reconstrução – O procedimento realizado pela equipe do Programa Ame-se foi comandado pelos cirurgiões plásticos Pedro Gomes e Marcelo Barros. A cirurgia durou cerca de três horas. Segundo o médico Pedro Gomes, uma das técnicas para fazer a reconstrução mamária das mulheres mastectomizadas é utilizar parte do músculo grande dorsal ou da musculatura abdominal.
“Em fevereiro, Elielma tinha feito a reconstrução mamária e foram colocados expansores, que são próteses vazias onde colocamos, aos poucos, soro fisiológico para expandir a pele dos seios e, posteriormente, fazer a troca pelas próteses de silicone definitivas, procedimento que aconteceu nesta segunda-feira”, explicou o médico, ao destacar que a cirurgia buscou deixar as mamas com a aparência mais simétrica possível.
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