O professor aposentado Lauro Farias Júnior se tornou réu no processo que investiga crimes de injúria racial, ameaça e perseguição a um vendedor negro de uma loja de shopping de Maceió. A vítima, o jovem negro Luís Felipe Mesquita, denunciou o caso à polícia em novembro de 2021.
Em entrevista ao g1, o advogado Thiago Dória, que responde pela defesa de Lauro Farias, disse que o professor é inocente. "Diante das provas que existem no processo, nada comprova [as acusações], a não ser a palavra da suposta vítima. Nos depoimentos das testemunhas de defesa da vítima, as mesmas não confirmam nenhuma informação prestada pela suposta vítima".
De acordo com a vítima, os crimes aconteceram ao longo de 4 meses, mas só foram denunciados à polícia quando Luís Felipe teve seu cabelo puxado e sofreu ameaça dentro da loja em que trabalhava, no Parque Shopping, em Cruz das Almas. Na ocasião, o vendedor disse ter ouvido do professor a frase "se eu tivesse fósforo, eu tacaria fogo em você".
O acusado foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas (MP-AL) no dia 23 de março. Uma semana depois, a Justiça aceitou a denúncia contra o professor, tornando-o réu no processo.
Lauro era frequentador de um café que funciona no shopping. Segundo o MP-AL, nos momentos em que a vítima deixava o seu local de trabalho para ir ao banheiro, era seguida, intimidada e ameaçada pelo acusado.
Nesta quarta-feira (20), um grupo com seis advogados juntou aos autos a procuração de Luiz Felipe para que eles atuem como assistentes de acusação no processo judicial. Um deles é o advogado Roberto Moura.
“Os próximos passos serão a instrução processual. O magistrado avaliará a resposta à acusação, a ser apresentada pelo senhor Lauro Farias, depois disso vamos indicar as provas e as testemunhas serão ouvidas, para além das já indicadas pelo MP na sua denúncia e pelo senhor Lauro. Por último, será ouvido o Luiz Felipe, que ainda não há data para acontecer, mas esperamos que seja realizada nos último dois meses”, afirmou o advogado Roberto Moura.
Na avaliação do advogado que representa a vítima, devido à robustez do inquérito policial, há elementos suficientes para confirmar os crimes indicados na denúncia.
“Há elementos suficientes para chegarmos às conclusões, mas aguardemos o processo de instrução e a sentença condenatória transitada em julgado para confirmar os crimes de perseguição, injúria racial e ameaça feitas pelo senhor Lauro Farias”, pondera Moura.
A defesa, contudo, afirma que deve conseguir provar que o professor é inocente. "Estamos aguardando a designação da audiência de instrução, onde a defesa espera provar a inocência do acusado", afirma o advogado Thiago Dória.
Fonte: G1 AL
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