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18/05/2024 09:26
Alagoas

Taxa de analfabetismo em Alagoas cai, mas ainda é a pior do país

Censo 2022 mostra que proporção de alagoanos com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever é de 17,7%
Taxa de analfabetismo caiu em Alagoas, mas ainda é a pior do país / Foto: IBGE
Redação com G1/AL

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (17), um levantamento que mostra que a taxa de analfabetismo em Alagoas caiu. Apesar disso, o estado ainda registra a pior taxa de alfabetizados em todo o país entre os estados brasileiros (veja a pesquisa completa).

 

De acordo com o levantamento, o Censo 2022 mostrou que 17,7% dos alagoanos com 15 anos ou mais não sabem ler nem escrever. Se comparado com o Censo 2010, que tinha uma taxa de 24,3%, Alagoas teve um aumento de 6,6 pontos percentuais, o maior avanço entre as Unidades da Federação (UFs).

 

O IBGE divulgou ainda que os percentuais de analfabetismo crescem com a idade, onde alagoanos de 65 anos ou mais representam a maior parcela dos não-alfabetizados, sendo 45,59% da população. Em relação a todo o país, esse percentual é mais do que o dobro da média nacional (20,3%).

O g1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Alagoas (Seduc) que informou que Estado e Municípios trabalham juntos no Programa Criança Alfabetizada, que forma professores e oferta materiais complementares para a rotina de sala de aula (veja a nota na íntegra abaixo). 

Em todo o estado existem mais de 426 mil pessoas não-alfabetizadas, sendo a população preta a que possui a maior taxa de analfabetismo (23,5%). Enquanto os amarelos (87,6%) e brancos (85,5%) são os mais alfabetizados.

 

Avanço na alfabetização

A pesquisa divulgada pelo Instituto mostra também que em 1991, a taxa de não-alfabetizados em Alagoas era de 45,3%. O estado continuou registrando quedas na taxa, sendo o Censo 2000 uma diminuição do analfabetismo para 33,4%; em 2010 um percentual de 24,3%; e em 2022 17,7%.

A tendência geral é de queda da proporção de pessoas que não sabem ler e escrever, a cada novo recenseamento, a partir do aumento dos índices de alfabetização da população. As regiões Norte e Nordeste ainda são as que apresentam, historicamente, as maiores taxas de analfabetismo.

População Indígena

Em Alagoas, a taxa de alfabetização da população indígena é de 78,54%. Mulheres indígenas possuem um percentual maior e têm percentual de 80% de alfabetizadas. Neste recorte, AL não é líder em analfabetismo. Apesar de ter 21,46% de indígenas analfabetos, o estado ainda possui indicadores melhores do que RN (21,5%), PI (22,38%), AC (24%) e MA (27,44%). A média nacional de indígenas não-alfabetizados é de 15%.

 

Quem é considerado analfabeto?

O IBGE considera analfabeta a pessoa que nunca aprendeu a ler ou escrever e também aquela que sabe apenas assinar o próprio nome, mas não consegue fazer a escrita ou leitura de um bilhete simples ou uma lista de compras. Também é entendida como analfabeta a pessoa que chegou a aprender a ler e escrever, mas esqueceu essas habilidades, por conta de um processo de alfabetização precário.

Nota da Seduc

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) informa que, em Alagoas, Estado e Municípios trabalham em Regime de Colaboração por meio do Programa Criança Alfabetizada, que executa, entre outras ações, a formação de professores e a oferta de materiais complementares para as rotinas de sala de aula, além do pagamento de bolsas para os articuladores que coordenam as atividades. Este ano, a meta do programa é alfabetizar 80 mil crianças alagoanas na idade certa, ou seja, até os sete anos de idade.

Quanto ao analfabetismo que compreende o público com 15 anos de idade ou mais, Alagoas já aderiu ao Programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal. As aulas já começaram, e a previsão é de que sejam ofertadas oito mil matrículas, ainda este ano, somente para esse público, mediante busca ativa.

Paralelamente, a Seduc segue com programas como o Vem Que Dá Tempo, criado em 2021 para acelerar a escolarização de alagoanos que já atingiram a maioridade e que, em situação de vulnerabilidade social, estejam afastados há pelo menos dois anos da escola, com direito a bolsas de estudos pela permanência, além de um bônus pela conclusão, permitindo, assim, que cada aluno da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) receba até R$ 500 ao término do curso.

Em dois anos, o Vem Que Dá Tempo já beneficiou quase 70 mil pessoas com o certificado de conclusão do ensino fundamental.

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