Até o surgimento de uma vacina contra o novo coronavírus, todo cidadão alagoano deve se conscientizar de que a máscara veio para ficar – no rosto. Um objeto com o qual todos precisam conviver diariamente, e mais ainda com a reabertura econômica iniciada há algumas semanas no estado.
“O uso concomitante de máscaras pelos interlocutores pode diminuir a possibilidade de transmissão da Covid-19 para até 1,5%, quando ambos estão usando máscaras, contra 70% quando o transmissor, mesmo que assintomático, não está usando a proteção”, explica a infectologista Tereza Tenório.
“Faço um apelo a todos: usem máscaras”, requisitou o governador Renan Filho em coletiva de imprensa, na última terça-feira (28), quando anunciou o avanço do interior do estado para a fase laranja e a manutenção de Maceió na bandeira amarela. O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, também foi contundente no conclame à população: “Exija que o seu interlocutor saia de casa com máscara”.
O tom incisivo das autoridades governamentais se ampara, primeiramente, na comprovação científica de que proteger o nariz e a boca reduz de modo eficaz as chances de transmissão. Um artigo publicado no início de junho pelo The Journal of Hospital Infection, do Reino Unido, constatou que, a depender do tipo de máscara, as taxas de proteção contra o vírus variam entre 44% (máscara de pano) e 99% (modelo N95).
A doutora Tereza Tenório, que também é representante da Associação Alagoana de Controle de Infecção Hospitalar, cita inclusive outro estudo, realizado na Alemanha, em que os cientistas avaliaram o efeito das máscaras na propagação da Covid-19 em localidades cuja utilização da máscara passou a ser obrigatória.
“A pesquisa indica que as máscaras faciais podem reduzir o número cumulativo de casos do Covid-19 em até 13% durante um período de 10 dias após se tornarem obrigatórias, além de diminuir a taxa de crescimento diário das infecções relatadas em cerca de 40%”, afirma.
Riscos da pandemia
A Covid-19 já tirou a vida de 1.540 pessoas em Alagoas até esta quarta-feira (29). No entanto, após o início do Plano de Distanciamento Social Controlado, que permitiu a abertura gradual de diversos segmentos da economia na capital, observou-se o relaxamento no uso das máscaras por parte da população. É como se o começo da flexibilização para funcionamento dos serviços tivesse sido confundido com o fim da pandemia.
E não basta colocar a máscara: “É preciso seguir alguns cuidados durante o uso, como não manusear a face externa, ter o cuidado de só colocar e retirar através das tiras, lavá-las imediatamente após o uso quando for reutilizável, e trocá-la sempre que estiver suja ou úmida”, recomenda a médica Tereza Tenório.
Para a especialista, não há mais dúvidas de que máscaras faciais reduzem consideravelmente os casos de Covid-19 e que “esta deverá ser uma prática rotineira no nosso ‘novo normal’, devendo inclusive ser obrigatória para evitar a transmissão do vírus Sars-Cov2 (novo coronavírus) enquanto não tivermos uma vacina eficaz disponível para a população”, pondera.
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