Circula nas redes sociais a informação de que a variante Delta do novo coronavírus não causaria tosse nem febre. A mensagem mistura alegações falsas com informações verdadeiras. Apesar de mudanças nas complicações da nova cepa, febre e tosse continuam sendo sintomas da Covid-19.
O texto compartilhado distorce a lista de sintomas da variante indiana. “Com o novo vírus Covid Delta não há tosse, nem febre. É muita dor nas articulações, dor de cabeça, dor no pescoço e na parte superior das costas, fraqueza geral, perda de apetite e pneumonia, é Covid Delta!”, diz a mensagem.
As informações são diferentes dos dados apresentados pelo relatório do aplicativo Zoe Covid Symptom, usado por residentes do Reino Unidos para informar os sintomas detectados nos pacientes. A ferramenta apresenta resultados diferentes a depender da fase de imunização. Para quem não foi vacinado, os sintomas frequentes são dor de cabeça, dor de garganta, coriza, febre e tosse persistente.
A tosse e a febre desaparecem da lista de sintomas apenas no público imunizado com as duas doses da vacina contra a Covid-19. Neste caso, a partir das informações que chegam até o aplicativo, os pacientes sentem sintomas leves, como dor de cabeça, coriza, espirros, dor de garganta e perda de cheiro.
A grande mudança, na verdade, é sobre a perda do olfato e a falta de ar, que não são mais comuns com a nova cepa. “A perda do olfato aparece no número 9 e a falta de ar está no final da lista, no número 30, indicando que os sintomas registrados anteriormente estão mudando com as variantes em evolução do vírus”, informa o relatório.
Outro ponto da mensagem que chama atenção é a afirmação de que o vírus tem mais taxa de mortalidade. O infectologista Leonardo Weissmann, da Sociedade Brasileira de Infectologia, disse ao Portal G1, que a teoria não passa de uma confusão . "O que acontece é que essa variante Delta é mais contagiosa, mais transmissível e, com isso, mais pessoas podem ser infectadas, ficar doentes e evoluir a óbito. Não que essa variante seja mais letal e mate mais”, esclareceu o médico.
Weissmann também desmente outra informação apresentada no texto de que o teste PCR não seria capaz de detectar a nova variante, tornado o resultado negativo: "Os casos com a variante Delta podem ser detectados pelo [teste] RTPCR e, depois, com o material coletado em nasofaringe, também você conseguir fazer o sequenciamento genético e identificar a variante Delta".
O único trecho verdadeiro da mensagem é o que fala dos cuidados preventivos, como evitar locais lotados, manter o distanciamento social, usar máscara e lavar as mãos com frequência. O texto já foi checado também pelo site Boatos.org.
O Brasil já registrou15 casos da variante Delta do novo coronavírus. Até o momento, entre esses casos, dois óbitos foram confirmados para a variante, um no Maranhão e outro no Paraná. Especialistas já alertam que há casos com transmissão comunitária no estado do Rio de Janeiro, já que os dois pacientes não têm histórico de viagens ao exterior
Alagoas Sem Fake
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