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10/12/2021 10:34
Esporte

Mudanças nas regras da F1 afastaram pilotos brasileiros e criaram barreira para um novo Senna

A ideia de formar pilotos mais preparados, com mais corridas na F2, por exemplo, é garantir uma maior segurança.
Mudanças nas regras da F1 afastaram pilotos brasileiros e criaram barreira para um novo Senna / Foto: Unsplash
Reprodução

A última vez que os fãs de Fórmula 1 viram um brasileiro regularmente na pista foi em 2017, quando Felipe Massa se aposentou pilotando pela Williams. Depois desse ano, os profissionais do Brasil não conseguiram um bom rendimento, e um dos motivos é a maior dificuldade em avançar nas divisões inferiores. As mudanças que aconteceram para o acesso à F1 deixaram tudo mais restrito, e hoje seria impossível ver um brasileiro repetir o mesmo caminho que levou Ayrton Senna até a categoria principal do automobilismo.

Atualmente, como mostra a reportagem da Betway, site de apostas online, os pilotos mais jovens precisam garantir pontos nas divisões inferiores em busca da Superlicença. Ou seja, nas disputas da F2, F3 e F4, por exemplo, é preciso correr, fazer pontos e vencer corridas para conseguir a carteira obrigatória para todos os pilotos da categoria principal. Isso significa que o apoio necessário para subir na carreira aumentou nos últimos anos, o que é um ruim para os brasileiros.

O artigo dá como exemplo o piloto Felipe Nasr, que correu na F1 pela Sauber em 2015 e 2016. Apesar de ter conseguido bons resultados, fazendo 27 pontos na temporada de estreia, o corte do patrocínio do Banco do Brasil selou o destino dele para fora da equipe. Isso está acontecendo com outros brasileiros, mas nas categorias menores, o que impede qualquer piloto de chegar até a F1. A perspectiva é que nos próximos anos seja difícil imaginar que alguém finalmente ocupe o lugar deixado por Felipe Massa e também por Rubens Barrichello.

Segundo reportagem do site Globoesporte, até mesmo Pietro Fittipaldi, atual piloto reserva da pequena Haas, não tem grandes esperanças em virar titular na categoria. O motivo é a falta de patrocínios maiores, algo que garante nomes como Lance Stroll e Nikita Mazepin no grid na temporada 2022. O futuro não parece ser promissor para os fãs brasileiros que gostariam de acompanhar um novo ídolo na Fórmula 1.

Regras teriam barrado Senna

As novas regras da F1 foram adaptadas nos últimos anos, e ficaram bastante rígidas com o tempo. Essas mudanças são tão notáveis que poderiam impedir pilotos de outros anos, inclusive Ayrton Senna. Por ter chegado até a F1 sem muitas corridas na F3, o brasileiro tricampeão mundial não teria pontos suficientes para correr na categoria. Ou seja, as novas regras teriam tirado o piloto que ganhou 41 corridas, e fez mais de 160 largadas entre 1984 e 1994.

Esses dados foram mostrados no blog da Betway Insider, que também listou Kimi Raikkonen, Jenson Button e Michael Schumacher como pilotos campeões mundiais que seriam impedidos de estrear na F1 como fizeram no passado. Isso não significa que a categoria ficou pior, mas apenas que está mais rígida, o que valoriza os profissionais que disputam espaço nas divisões inferiores, como a F2 e a F3.

O principal motivo de todos esses pilotos, assim como foi com Senna, seria a falta de pontuação para emitir a Superlicença FIA. Isso pode ser explicado pelas mudanças que aconteceram na categoria, e o crescimento das disputas nas divisões menores. A ideia de formar pilotos mais preparados, com mais corridas na F2, por exemplo, é garantir uma maior segurança. É inegável que a categoria ficou mais segura nos últimos anos, e essas mudanças nas regras foram fundamentais para conseguir isso.

Futuro com mais investimentos

Tudo isso indica que os pilotos brasileiros vão enfrentar mais dificuldades para chegar até a F1. A atual situação econômica do país faz com que as empresas nacionais tenham maiores dificuldades para patrocinar os pilotos. Ou seja, um profissional do Canadá, por exemplo, é mais interessante para as equipes, principalmente as menores, do que os brasileiros ou de países em crise. O futuro não é nada positivo.

Entretanto, isso não quer dizer que ninguém vai surgir nos próximos anos. Felipe Drugovich é uma esperança, pois o piloto tem muita moral nos bastidores da F1. Os bons resultados nas pistas já chamaram a atenção de algumas equipes, inclusive a Ferrari. Porém, a falta de um patrocínio forte também é um problema para ele. Isso pode mudar caso ele consiga bons resultados na F2 e mostre ser alguém que vale a pena investir.

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