A Polícia Civil concluiu que não houve estupro coletivo na boate na Lapa, no Centro do Rio, como afirmava uma universitária uruguaia que denunciou o caso.
Um jovem, no entanto, com quem a estudante confirmou ter tido relação consensual no dark-room (quarto escuro), foi indiciado por estupro de vulnerável, após o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontar que ela estava sob o efeito de drogas. A polícia pediu a prisão dele.
O inquérito foi finalizado nesta quinta-feira (11), 11 dias após a jovem procurar a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Alerj para denunciar o caso e fazer o registro na delegacia. Testemunhas foram ouvidas, e imagens e laudos técnicos, analisados. Cinco homens chegaram a ser investigados.
Segundo a polícia, o exame de corpo de delito "confirmou ato libidinoso", e as investigações apontaram que houve apenas um autor do crime.
No depoimento à polícia, a jovem contou que, durante o suposto abuso, chegou a perder a consciência e não sabe se alguma coisa foi colocada na sua bebida, já que a festa era “open bar” – ou seja, com bebida liberada. Um vídeo registrou a estrangeira após sair do dark-room.
A investigação foi concluída pela Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), do Centro, e encaminhada ao Ministério Público.
Em uma nota publicada na rede social, a boate Portal Club agradeceu o "empenho da Deam" e diz que prestou "todo o apoio à vítima, encaminhando-a à sala da gerência, onde recebeu o suporte necessário."
Carta de despedida
A estudante chegou ao Brasil em janeiro deste ano. Ela pretendia ficar no país por um ano para aprender a falar português.
Após a denúncia, ela decidiu voltar para casa e escreveu uma carta dizendo que só quer "descansar e esquecer" tudo o que aconteceu.
"Estou de volta em casa e só quero descansar e esquecer (....) Não sei se haverá Justiça ou não (...) (Mas) Espero que a minha história ajude outras mulheres que passaram pela mesma coisa a serem encorajadas a falar, que saibam que não estão sozinhas", escreveu.
Na carta, a universitária também esclarece que foi levada por um rapaz que conheceu na festa para um espaço reservado dentro da boate, chamado dark-room – um quarto escuro. Ela afirma que achava que estava indo para uma outra pista de dança.
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