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22/05/2024 15:42
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Adolescente que matou família diz que gostava da irmã

Jovem de 16 anos afirmou em depoimento que planejou morte dos pais após uma discussão
Adolescente foi apreendido após confessar ter matado os pais e a irmã / Foto: Reprodução/TV Globo
Redação com Terra

O adolescente de 16 anos que foi apreendido após confessar ter matado a família afirmou em depoimento à Polícia Civil que gostava da irmã, mas que atirou nela porque acreditava que ela poderia impedi-lo de matar a mãe. As informações foram dadas pelo delegado Roberto Afonso em entrevista à repórter Paola Patriarca, e divulgadas pela TV Globo.

 

"Ele fala que deu um tiro na nuca do pai. Aí a irmã ouviu o disparo, e ele acessou o primeiro andar e efetuou um disparo no rosto da irmã. Aguardou a mãe chegar. A mãe chegou, e ele fez mais um disparo. Acertou a mãe. No dia seguinte, ele ainda pegou a faca e ainda esfaqueou a mãe porque ainda sentia raiva", disse a autoridade policial.

 

Policiais militares foram acionados pelo próprio adolescente, que relatou que na sexta-feira, 17, usou a arma do pai, o guarda civil municipal Isac Tavares Santos, de 57 anos, para cometer os crimes contra ele, a irmã, Letícia Gomes Santos, 16, e a mãe, Solange Aparecida Gomes, 50.

Segundo relatado pelo próprio adolescente à polícia, ele pegou a arma do pai, que era Guarda Civil Municipal de Jundiaí, e primeiro atirou contra ele. O disparo foi feito quando o agente estava na cozinha e de costas, por volta das 13h.

O menor também afirmou que tinha uma boa relação com a irmã, mas como a mãe chegaria na casa depois das 18h e ele queria matá-la, não iria conseguir manter a irmã em cativeiro e acreditava que ela poderia impedir o crime.

Então, segundo contou aos policiais, após atirar contra o pai, a irmã, que estava no primeiro andar da casa, ouviu o barulho do tiro e gritou. Em seguida, o adolescente foi até ela e atirou no seu rosto. A jovem morreu ainda no local.

A mãe chegou em casa apenas mais tarde, por volta das 19h. O adolescente afirma que ainda abriu o portão da garagem para que ela entrasse. Depois, ela teria entrada na cozinha e visto o corpo do marido, momento em que o adolescente também teria a matado.

"É um caso que sempre choca, né? Você tem familiares que foram assassinados por um outro familiar. É um homicídio intrafamiliar. Sempre chama atenção a frieza, porque são familiares. Matou três familiares e tem espaçamento de tempo. As questões nós vamos levantar, e mais pra frente vamos traçar um perfil do garoto. O Ministério Público, titular da ação penal, vai estabelecer da necessidade de rigidez mental para saber se ele estava em sã consciência. Vamos aguardar o laudo", afirmou o delegado.

Adolescente não demonstrou arrependimento

Ainda segundo o delegado Roberto, o adolescente ficou surpreso ao saber que seria apreendido, mas não demonstrou arrependimento.

 

"Ele tomou um susto. Foi uma surpresa pra ele que na hora que foi falado: 'você vai ser preso'. Ele se espantou com isso. A gente não sabe se ele estava fora da realidade com relação à apreensão ou pode ser que ele tenha considerado que é um adolescente. A gente vai estar analisando lá na frente", disse ele em entrevista à repórter.

Será realizada perícia nos celulares do pai, da mãe, da irmã, além do aparelho e computador do adolescente apreendido. A Polícia Civil também ouve vizinhos, amigos e familiares no inquérito policial que apura os crimes. É investigado se o menor agiu sozinho.

"A perícia será muito importante nos aparelhos dele, dos pais e irmã. No momento não podemos dizer se teve algum mentor. Até agora sabemos que era uma família pacata. Vamos aprofundar na investigação", destacou o delegado. 

Relembre o crime

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o crime ocorreu na casa em que a família morava, na Rua Raimundo Nonato de Sá, Zona Oeste de São Paulo.

 

Os corpos, encontrados na residência da família na Vila Jaguara, apresentavam marcas de tiros e já estavam em processo de decomposição.

A arma e o celular do menor foram apreendidos e a perícia acionada. O adolescente foi conduzido à delegacia e, posteriormente, à Fundação Casa.

O caso foi registrado como ato infracional de homicídio - feminicídio, ato infracional de posse ou porte ilegal de arma de fogo e ato infracional - vilipêndio a cadáver no 33° DP (Pirituba).

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