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31/07/2023 15:41
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Corpos de crianças que morreram após cair em lagoa são enterrados

Sepultamento dos irmãos ocorreu em Cristalina, no Entorno do Distrito Federal
Crianças estavam no carro jogado na Barragem da Lagoa do Japonês, na DF-295 / Foto: Reprodução
Redação com Metrópoles

Os irmãos Sarah Vitoria Barbosa, de 1 ano, Henrique Gabriel Barbosa Maciel, 3 anos, e Miguel Luís Barbosa Maciel, 4, foram enterrados por volta das 11h desta segunda-feira (31/7) no cemitério de Cristalina (GO), no Entorno do Distrito Federal.

As crianças estavam no carro jogado na Barragem da Lagoa do Japonês, na DF-295, próximo à divisa de Goiás com São Sebastião, na tarde de sábado (29/7). O motorista, Raimundo Francisco da Silva, de 52 anos, foi preso.

O teste do bafômetro de Raimundo, conhecido como Purga e amigo da família, marcou 0,63 mg/l de álcool no sangue. O índice é mais que o dobro do que é considerado crime de trânsito, 0,3 mg/l.

Segundo o art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro, a pena para casos assim é detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão da CNH.

Primeira marcha

Além de Raimundo, outros dois adultos que estavam no carro conseguiram escapar com vida, entre eles a mãe e a avó dos pequenos, identificadas como Silvania Antônia Barbosa, 24 anos, e Maria Adna Antônia de Jesus, 57, respectivamente.

Adna e Silvania conseguiram tirar Miguel Luis de dentro do carro. O menino estava às margens do lago, já sem vida, quando os bombeiros chegaram. No interior do veículo, havia 15 latas de cerveja, sendo que quatro embalagens de 269ml estavam fechadas.

Segundo testemunhas, o homem errou a marcha e jogou o carro na lagoa. Os irmãos Sarah Vitoria Barbosa, de 1 ano, Henrique Gabriel Barbosa Maciel, 3 anos, e Miguel Luís Barbosa Maciel, 4, estavam no veículo e morreram afogados.

Aos militares, Adna e Silvania contaram que saíram do município de Marajó (GO) com um amigo da família e passaram a tarde na lagoa. Ele fugiu do local, mas foi preso logo depois.

“Mal parava em pé”

Uma testemunha que pescava no local disse ter ouvido um barulho do outro lado da margem e, quando se levantou para ver o que era, percebeu que um carro tinha caído na água. Ela conta que ligou para o Corpo de Bombeiros e que, ao chegar ao local, as duas mulheres e Raimundo haviam saído do veículo com uma criança no chão, aparentemente sem vida.

A testemunha disse ainda que “todos estavam embriagados” e que, inclusive, Raimundo “mal parava em pé”. Após ver o cenário trágico, ainda segundo a testemunha, o homem “saiu discretamente do local” enquanto ela tentava informar a localização ao Corpo de Bombeiros.

De acordo com Adna, a filha teria dito que esperaria para embarcar no veículo quando Raimundo estivesse longe da represa. No entanto, ele teria dito: “Você está pensando que eu estou bêbado? Eu não estou bêbado, não. Pode entrar todo mundo aqui”, relembra Maria Adna.

“Na hora em que a gente entrou no carro, em vez de ele colocar a marcha ré, colocou a primeira e jogou o carro para dentro da barragem. Meu netinho maior ainda gritou para ele parar, mas, em vez de ele tentar parar o carro, parecia que ele acelerava mais”, revela a avó. Silvania tem cinco filhos, sendo que os três mortos no lago moravam com ela e a avó materna.

Fuga do suspeito

Raimundo chegou a socorrer uma das crianças, mas fugiu do local. Depois do socorro inicial, o homem teria percorrido cerca de 6 km até sua residência.

“Populares disseram que ele tinha trocado de roupa e empreendido fuga. Ele pegou carona para uma fazenda. Na fazenda, encontramos o gerente e um funcionário: Raimundo. Ele estava com a mochila. Provavelmente o gerente nem tinha ciência do acontecido”, explicou o cabo Diego, da PMGO.

De acordo com a Polícia Civil do DF (PCDF), o homem foi indiciado por homicídio qualificado, embriaguez ao volante e evasão do local.

“Não houve intenção”

A defesa de Raimundo publicou uma nota, nesse domingo (30/7) e destacou que “não houve intenção” do motorista em matar as crianças. Ele responde por homicídio doloso, pois teve a intenção de assumir o volante do carro.

Além de destacar que “não houve intenção” de Raimundo, a defesa do motorista, composta pelos advogados Júnio Oliveira e Marcos Roque, também ressaltou outros pontos sobre o caso e salientou que presta solidariedade à família vítima do acidente fatal.

A defesa afirma que não existe, nos autos, qualquer evidência que Raimundo tenha acelerado o veículo em direção ao lago. E que motorista prestou socorro a uma das crianças, assim como narrado por familiares e testemunhas à polícia.

Ainda em nota, alega que, após o acidente, Raimundo teria ido até sua residência trocar de roupas para se apresentar à polícia e que não se opôs ao cumprimento do rito penal. 

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