O litro do óleo diesel terá novo reajuste a partir deste domingo (1°/10). Segundo o Instituto Combustível Legal (ICL) e a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o combustível ficará R$ 0,02 mais caro por conta da recomposição das alíquotas de PIS e Cofins. Esse é o segundo aumento com a retomada dos tributos federais sobre o produto.
Com a nova alta, os impostos devem atingir a alíquota integral de R$ 0,35 por litro em janeiro de 2024: setembro(R$ 0,11); outubro (R$ 0,13); e janeiro de 2024 (R$ 0,35). Desde 2021, essas taxas sobre o diesel estavam zeradas como medida para reduzir o preço do combustível para o consumidor. Em janeiro deste ano,o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prorrogou a isenção até 31 de dezembro. No entanto, ele antecipou a reoneração para financiar o programa de descontos para carros populares e caminhões.
Volatilidade do petróleo
A oferta restrita de petróleo e derivados tem sido a principal causa do aumento dos preços do petróleo e dos derivados, principalmente o diesel, no mercado internacional, avaliam analistas. O momento, porém, é de alta volatilidade, devido a incertezas em relação à suspensão de exportações russas, o que deve levar a Petrobras a esperar mais tempo para amenizar a defasagem dos seus preços internos, já que não há risco de desabastecimento.
O preço do petróleo tipo Brent passou ao patamar de US$ 90 no início de setembro e na quarta-feira, 27, fechou em alta de mais de 2% nos contratos para dezembro, a US$ 96,55, depois de ter tocada a máxima de US$ 97,06 durante o pregão. "Há necessidade clara de aumento de preço no diesel dada a dinâmica de paridade, mas não há risco de abastecimento no momento", avalia Luiz Carvalho, analista de óleo e gás do UBS BB.
Segundo Amance Boutin, especialista em combustíveis da Argus, o mercado está sim esperando um aumento para o diesel pela Petrobras, mas ainda há incerteza sobre como será a reação ao embargo das exportações da Rússia, o que deve segurar os reajustes no momento.
"De acordo com o que temos ouvido dos nossos colegas de fora, seria um tiro no pé a Rússia estender muito essa suspensão (de exportações). A entrada de divisas para a Rússia é muito importante, porque é muito dependente dessa receita. Eles fizeram isso (suspensão da exportação) para estocar produto, mas não têm onde estocar tanto produto. Traria mais danos do que benefícios para Rússia", explica.
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