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25/05/2022 06:00
Brasil

Dois bebês morrem à espera de UTI em Recife; fila tem 88 crianças

Houve um aumento de casos de doenças respiratórias como nunca havia sido visto, com um maior grau de severidade e também com maior frequência de solicitação de leitos pediátricos
Geovanna, de 1 mês, morreu pouco antes de ser transferida para UTI / Foto: Foto: Reprodução/Redes Sociais

 Uma bebê de 1 mês morreu antes da transferência para um leito de terapia intensiva, nesta terça-feira (24). A menina, que estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Curado, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, aguardava há quatro dias por vaga em UTI.

Giovanna Amélia, de 1 mês e 17 dias, deu entrada na UPA na quinta-feira (19). "Ela tinha conseguido duas horas antes o leito de UTI. Foi quando ela estava esperando a ambulância que não resistiu", disse a tia da menina, Lanna Luz. A menina teve uma parada cardiorrespiratória.

Na segunda-feira (23), um menino de 11 meses morreu na emergência pediátrica do Hospital Barão de Lucena, no Recife, à espera de um leito de UTI. Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), nesta terça-feira (24), há 88 crianças e bebês aguardando um leito.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) explicou que a Giovanna chegou à UPA com quadro de tosse e cansaço, recebendo uma pulseira amarela ao passar pela triagem, que é para casos de gravidade moderada. Ela foi internada na unidade e passou a ser acompanhada.

"Com quadro de bronquiolite viral aguda, a paciente passou a receber suportes ventilatório [...], realizou exames laboratoriais e raio-X, iniciou terapia com antibiótico, aspiração nasal, entre outros", informou a secretaria

Espera por leito - O número de crianças e bebês esperando por leito de UTI no estado foi recebida pelo MPPE pelo governo de Pernambuco, nesta terça-feira (24).

Quando a lista foi disponibilizada pela Secretaria Estadual de Saúde para o MPPE, nesta segunda, 73 crianças e 15 bebês aguardavam por uma vaga de UTI. Com síndrome respiratória aguda grave, havia 62 crianças e 11 bebês. De acordo com o governo, o número pode variar de acordo com o horário do dia.

Espera e angústia - A angústia devido à espera por um leito de UTI tem sido mostrada pelo g1 há uma semana. Arthur Rafael Nascimento, de pouco mais de um mês, foi transferido para o HBL no sábado (21), e a família tinha esperança de ele conseguir ir para um leito de terapia intensiva lá, mas ficou na emergência pediátrica.

O menino, que foi diagnosticado com bronquiolite, teve cinco paradas cardiorrespiratórias ainda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), contou a mãe, Júlia Silva. Na manhã desta terça-feira (24), ela contou que o filho, ainda na fila de espera, teve uma intercorrência mais cedo e os pulmões dele estavam "com dificuldade de expansão".

No começo da tarde, ele conseguiu ser transferido para a UPA do Maria Lucinda, segundo a família.

Doenças respiratórias em alta - Na quarta (18), o secretário de Saúde, André Longo, afirmou que houve um aumento de casos de doenças respiratórias como nunca havia sido visto, com um maior grau de severidade e também com maior frequência de solicitação de leitos pediátricos.

Na ocasião, secretário disse que está predominando o vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças de até 2 anos e o rinovírus, nos meninos e meninas a partir dessa idade.

O VSR um dos principais agentes de uma infecção aguda nas vias respiratórias, que pode afetar os brônquios e os pulmões. O rinovírus é o causador do resfriado comum, capaz de desenvolver quadros infecciosos mais graves em crianças.

Diante dessa crise, Sociedade Brasileira de Imunologia recomendou que pais e responsáveis evitassem tirar crianças pequenas de casa nos próximos dias, sobretudo, por causa de doenças respiratórias.

Fonte: g1

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