O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, afirmou, nesta terça-feira (9), que a pasta iniciou novos testes com o vermífugo nitazoxanida em pacientes que tenham sido infectados pelo novo coronavírus, mesmo assintomáticos.
"Ontem, iniciamos um segundo protocolo [com a nitazoxanida]. O primeiro trabalha com pessoas com febre e início de pneumonia, aquele vidro fosco na tomografia do pulmão. Ou seja, pega um certo nível de sintomas. Estamos começando um novo teste, um protocolo segundo que pega pacientes sem quaisquer sintomas, bastam que tenham testado positivo no covid-19", afirmou. Segundo Pontes, que fez anúncio na 34ª Reunião de Governo, com o presidente Jair Bolsonaro, estes testes são importantes para medir a evolução do vírus no organismo.
"Por que é importante? Porque assim conseguimos medir a carga viral no início do protocolo e ao longo do tratatamento, que dura 5 dias e mais 9 dias de observação. [...] Temos uma arma poderosíssima contra os efeitos da covid-19", informou.
Para ele, o remédio "é mais uma arma" se for comprovadamente efetivo no combate à doença. A pasta vai precisar de 300 voluntários nesta segunda fase.
Pontes elogiou a capacidade dos cientistas brasileiros e diz acreditar que em breve o país vai voltar a situação normal. "O Brasil tem capacidade muito grande, com cientistas, pesquisadores, infraestrutura... O tanto que já sofremos com dengue, chikungunia, isso é uma coisa que muito em breve vai trazer o país para a situação normal", assegurou.
Primeira fase
Pontes informou que o ministério concentra esforços em pesquisas de reposição de medicamentos. "Desde fevereiro, no Laboratório Nacional de Biociências, temos desenvolvido essa reposição de medicamentos, que é usar medicamentos que já existem na farmácia, para testar quais deles poderiam ser efetivos no combate à covid também, além das suas funções normais", explicou
Segundo o ministro, foram testados 2.000 medicamentos, usando inteligência artificial, sendo que cinco deles foram selecionados e encaminhados para o teste in vitro, ou seja, com células reais em laboratório.
"Um deles se destacou, com efetividade de 94% para redução da carga viral. Esse medicamento é a nitazoxanida, um remédio comum para giárdia, rotavírus etc, que não tem efeito colateral. É uma possibilidade que ele funcione contra o coronavírus. Partimos para testes com pacientes", detalhou.
Com o avanço no tubo de ensaio, o medicamento foi usado em seres humanos. "Nesse primeiro protocolo, que é científico, temos relação com mais 15 países, [...] os testes têm sido conduzidos para esses 500 pacientes. Se tivéssemos hoje os 500 pacientes, teríamos a resposta se o medicamento funciona ou não. As indicações de que funciona são extremamente positivas", finalizou.
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