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02/12/2022 15:50
Brasil

Morre idoso que tinha sido dado como morto por engano e levado para funerária

Irmã contou José Ribeiro ficou em um saco plástico por 5h até que fosse descoberto que ele estava vivo
Paciente José Ribeiro da Silva foi dado como morto, mas constatou-se que ele estava vivo, em Uruaçu / Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Redação com G1

Aparecida Ribeiro da Silva, irmã do auxiliar de serviços gerais José Ribeiro da Silva, contou que o idoso morreu em Rialma, no norte de Goiás. No início da semana, a mulher denunciou que o irmão tinha sido dado como morto, mas a família descobriu que ele estava vivo ao ser encaminhado para a funerária. José tratava um câncer na língua.

Ao g1, a defesa do médico Lucas Campos informou que vai se manifestar apenas perante os órgãos jurídicos institucionais.

Nesta sexta-feira (2), o delegado Peterson Amin informou que a Polícia Civil apurou que a causa da morte de José foi hipotermia, o que vai agravar a responsabilidade do médico. O delegado explicou que, depois que o óbito foi atestado, o idoso foi levado para uma câmara fria e colocado dentro de um saco para manter a temperatura baixa.

“A causa da morte sendo hipotermia aumenta a responsabilidade do médico, por isso a gente vai alterar a tipificação do inquérito, que antes estava como tentativa de homicídio, hoje, está como homicídio consumado, por dolo eventual”, explicou.

O idoso morreu na última quinta-feira (1º). O corpo dele foi enterrado em Rialma, no norte goiano. O delegado completou que, na próxima semana, a polícia vai ouvir o médico, a família e coletar os documentos necessários.

Afastamento

O médico Lucas Campos, que fez o atestado de óbito do paciente, foi afastado. O Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN) informou que uma sindicância foi instaurada para apurar a situação.

“O diretor técnico do HCN foi para Rialma, cidade do paciente que estava em tratamento paliativo oncológico no hospital, para prestar assistência e dar apoio ao mesmo e aos familiares”, diz a nota da unidade.

Indignação

A irmã de José, Aparecida Ribeiro da Silva, ficou revoltada com a situação.

“É inacreditável o que aconteceu, meu irmão passou cinco horas em um saco plástico, gelado. Foi horrível, é inadmissível uma situação dessas”, contou.

Ela disse que recebeu a notícia da morte dele por volta das 20h. Ela foi ao hospital, onde um médico e uma assistente social a receberam. A família, então, fez os procedimentos para a liberação do corpo, sem saber que ele estava vivo.

José teve o corpo colocado dentro de um saco usado para remoção de pessoas mortas e levado pela funerária para Rialma, cidade natal da família, que fica a cerca de 100 km de distância de Uruaçu. Quando o saco foi aberto para que o homem fosse preparado para velório e enterro, funcionários perceberam que José estava vivo, com olhos abertos e respirando com dificuldade.

“O funcionário da funerária me ligou desesperado pedindo para que eu fosse lá, que meu irmão estava vivo”, disse a irmã.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado e constatou que ele estava vivo. O idoso foi encaminhado para o Hospital de Rialma. Ele estava em estado gravíssimo e com instabilidade clínica. Ele recebeu o atendimento necessário e foi transferido em estado grave para uma UTI em Ceres na noite de quarta-feira (30). 

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