A advogada Gisa Andrade, mulher do ex-senador e empresário Clésio Andrade, confirmou que pagou R$ 3.600 para que ela, uma afilhada e mais quatro irmãos de Clésio fossem vacinados contra covid-19 em Minas Gerais.
A informação foi dada pela PF (Polícia Federal). Ela foi ouvida pela PF por videoconferência na manhã de hoje no caso da suposta vacinação clandestina em Belo Horizonte. Segunda a polícia, a advogada confirmou que esteve na garagem onde ocorreu a vacinação para tomar o suposto imunizante e foi a responsável pelo pagamento.
Gisa justificou que buscou o imunizante por ser portadora de doença crônica e por acreditar que a Constituição lhe dá o direito de buscar a preservação de sua vida e saúde, uma vez que, pelo cronograma do SUS, só teria direito de se imunizar no ano que vem.
Além disso, ela declarou que, no seu entender, não furou a fila do SUS (Sistema Único de Saúde), pois acreditou estar adquirindo o imunizante da Pfizer, que não é oferecido no Brasil.
A advogada informou também que o exame laboratorial indicou que ela não está imunizada contra a covid-19, o que reforça a principal hipótese da investigação da PF de que políticos, empresário e moradores de condomínios de luxo de Belo Horizonte foram alvos de um golpe aplicado pela cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, que se identificou como enfermeira e chegou a ser detida, mas teve a prisão preventiva anulada pela Justiça Federal.
Em uma das diligências da PF, foram encontradas diversas ampolas na casa da investigada, que depois de analisadas foi constatado que se tratava de soro fisiológico e bicarbonato de sódio diluído em água.
Investigação A Polícia Federal ouviu ontem outras 11 pessoas que teriam sido imunizadas por Cláudia Mônica. O marido da advogada, Clésio Andrade, prestou depoimento na semana passada e afirmou que esteve no local da vacinação apenas acompanhando a família, mas que não teve interesse em se imunizar.
Segundo a PF, a investigação deve ouvir cerca de 60 testemunhas, sendo que mais da metade já prestaram depoimento. Em nota, a Pfizer disse que a empresa "nega qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a covid-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização". A Pfizer também enfatizou que o acordo foi fechado com o Ministério da Saúde "contemplando o fornecimento de 100 milhões de doses da vacina contra a covid-19 ao longo de 2021".
Fonte: Uol
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