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01/04/2021 07:52
Brasil

Pandemia já fechou 1,4 milhão de vagas de trabalho doméstico

Entre os trabalhadores em atividade, situação é de vulnerabilidade devido à exposição ao vírus em deslocamentos e locais de trabalho
/ Foto: Pedro Ventura / AG Brasilia

A pandemia de covid-19, que já matou 2,8 milhões de pessoas no mundo e derrubou a economia global, tornou mais vulnerável uma categoria em especial no Brasil: a das empregadas domésticas. O primeiro efeito medido pelas estatísticas foram as demissões: eram 6,3 milhões de trabalhadoras no último trimestre de 2019. No mesmo período de 2020, o número despencou para 4,9 milhões, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O segundo efeito, válido para quem continua trabalhando, não está nos dados oficiais, apenas no dia a dia de milhões de empregadas domésticas e diaristas: no deslocamento ou no ambiente de trabalho, elas se expõem intensa e diariamente à circulação do vírus que, apenas nesta quarta-feira (31), matou 3.869 brasileiros, o recorde da pandemia no país.

“O trabalho doméstico é basicamente de cuidado com a casa e com as pessoas. Envolve relações interpessoais em uma casa que não é a da empregada, onde ela não tem qualquer controle sobre os movimentos”, diz Luana Pinheiro, pesquisadora do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e estudiosa do tema. “É uma condição de segurança bastante frágil, em que a doméstica muitas vezes se torna a ponte para levar o vírus para dentro de sua casa e para a periferia.”

Luana lembra que a primeira morte por covid no Brasil foi de um porteiro de 62 anos em São Paulo e, no Rio de Janeiro, de uma empregada que teve contato com a patroa infectada pelo coronavírus e que havia retornado de uma viagem à Itália.

“Não é coincidência que o vírus tenha entrado no país por meio das populações de mais alta renda e que as primeiras mortes tenham sido de trabalhadores que ocupam posições precárias. As vítimas são pessoas que se contaminaram nesse contexto de extrema vulnerabilidade”, diz Luana, que defende que, por sua exposição, as domésticas deveriam figurar nos grupos prioritários na campanha de vacinação.

Fonte: R7

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