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29/11/2021 08:09
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Policial "stalking" esfaqueia ex-namorado e fura pneus do carro dele

Rafaela Luciene Motta Ferreira foi presa na madrugada desse domingo (28/11) depois de ir até a casa do ex, esvaziar os pneus e esfaqueá-lo
/ Foto: Reprodução

A agente da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Rafaela Luciene Motta Ferreira, 40 anos, foi detida novamente na madrugada desse domingo (28/11) após ir até a casa do ex-namorado, no SOF Norte, furar os pneus do carro dele e esfaqueá-lo com um canivete.

A servidora já havia sido presa preventivamente em agosto, acusada pelo crime de stalking contra um antigo namorado: ela ameaçou e chegou a ligar para ele 98 vezes no mesmo dia.

Por volta das 4h30 desse domingo (27/11) o homem teria percebido uma movimentação estranha nos arredores de casa e foi ver o que estava acontecendo. Neste momento teria flagrado Rafaela furando os pneus de seu carro, um GM Celta. Segundo o boletim de ocorrência, o homem correu atrás da mulher e, quando após cair, ela teria desferido os golpes com um canivete, nas costas da vítima, além de ter dado uma mordida no peito do ex namorado.

Na delegacia, a vítima disse que a autora não aceitou o término do relacionamento e que, por isso, ele teria entrado com uma medida restritiva, a qual foi descumprida por Rafaela.

O caso foi registrado na delegacia como lesão corporal. Na DP, Rafaella assinou um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e foi liberada. A vítima não ficou gravemente ferida.

Por meio de nota, a A PCDF informou que “a autuada pertence aos quadros da instituição e já responde a Processo Administrativo Disciplinar (PAD) na Comissão Permanente de Disciplina (CPD), a diversos procedimentos na Corregedoria Geral de Polícia (CGP) e está afastada das funções por licença médica. Ela teve também suas armas recolhidas e a sua restrição será formalmente comunicada ao Juízo”.

Ameaça

Em agosto deste ano, o mandado de prisão foi expedido pela 4ª Vara Criminal de Brasília. O documento a acusa dos crimes de injúria, ameaça, perseguição, furto e dano qualificado.

A Justiça autorizou ainda a apreensão de equipamentos eletrônicos, celulares, da arma e dos objetos no guarda-volumes do hotel onde ela mora. A policial também teve o sigilo telefônico quebrado.

Perseguição

O caso pelo qual ela foi presa pela primeira vez aconteceu em 2018. Conforme conta a vítima nos autos do processo que corre no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), eles se conheceram em um aplicativo de relacionamentos e, depois de tentar terminar o namoro, a mulher passou a se comportar de maneira agressiva.

Em uma das oportunidades, a policial teria mantido o homem por cerca de 8 horas em cárcere privado, sem autorizá-lo a usar telefone celular, além de fazer diversas ameaças. Para conseguir falar com a vítima, a agente teria utilizado da sua posição para convencer o porteiro a ter autorização para ir até a porta do apartamento.

A situação só teria sido contornada, de acordo com o processo, depois de a vítima concordar em sair com a agente para almoçar no dia seguinte.

Na mesma semana, após nova tentativa de término, a mulher passou a ligar para o ex-companheiro de maneira insistente. Foram pelo menos 30 chamadas do número de celular da policial e mais de 60 feitas por números privados.

A policial ainda ligou para o local de trabalho do homem e por duas vezes conseguiu falar com o chefe dele ao dizer que era agente da PCDF. Na primeira vez, o superior da vítima chegou a dar informações, mas após ser alertado sobre do que se tratava, passou a ignorar os contatos.

Áudios de conversas foram juntados ao processo. Em um deles é possível notar que a acusada tinha ciência do registro de ocorrência policial e faz ameaças: “As coisas vão ficar muito ruins para você, se você não retirar essa merda”. Em outra oportunidade, ela diz que “irá pagar na mesma moeda”.

Cobrando um dinheiro devido, ela faz nova ameaça: “Você vai me dar o dinheiro e você vai retirar, você vai na delegacia hoje para falar que isso é mentira, senão você está ferrado, você, a sua família, o seu trabalho. Se prepara, você não sabe com quem você está mexendo”.

Ao se defender, a acusada disse que foi à casa da vítima apenas para buscar um computador e que apresentou identidade funcional ao porteiro do prédio apenas porque era o único que portava no momento. Já sobre as dezenas de ligações, ela disse que tinham como finalidade fazer com que fosse pago o valor de um almoço e jantar.

Fonte: Metrópoles

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