Um vídeo que circula na internet mostra um treinador de handebol agredindo um adolescente de 15 anos dentro um alojamento na cidade de Pompéu, no Centro-Oeste de MG.
Na imagem gravada pelo celular de uma testemunha é possível ver Francisco Júnior Corrêa Mota empurrando e dando um tapa no rosto do jogador.
À Polícia Militar (PM), outros adolescentes que estavam no local também denunciaram agressões e até assédio.
No ano passado, o agressor foi indiciado pelo crime de injúria racial após ofender um estudante de Sete Lagoas que fez comentário sobre o placar de uma partida dos Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg).
A PM disse que Francisco Júnior não foi detido, porque o fato não foi um flagrante e já havia ocorrido há alguns dias. O g1 perguntou à polícia a data da agressão e aguarda resposta. A Polícia Civil investiga o caso.
A defesa do treinador, representada pelo advogado Leonardo Gontijo, disse que "qualquer interpretação e conclusão sumariamente tomada a respeito de qualquer ocorrência policial que seja, pode se revelar uma medida um tanto quanto prematura e precipitada".
Com a repercussão das imagens, a Prefeitura de Pompéu, a Federação Mineira de Handebol emitiram notas de repúdio. O Conselho Tutelar também se posicionou. Veja mais abaixo.
Além da agressão, garotos denunciam assédio
Ao ser acionada no Centro de Treinamento que pertence à Associação Esportes Solidários Gustavo Elias (Aesge), a PM não encontrou o adolescente agredido. Ele já havia deixado o local e retornado para a cidade natal.
Outros 13 garotos foram encontrados no alojamento. Em conversa com os militares, alguns deles relataram terem sido vítimas de agressão física, importunação sexual e assédio por parte do mesmo coordenador.
Os meninos foram encaminhados ao abrigo do município sob responsabilidade do Conselho Tutelar, que vai providenciar o retorno de todos eles às suas cidades, visto que eles não moram em Pompéu.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso.
Treinador já foi indiciado por injúria
Em julho do ano passado, Francisco Júnior Corrêa Mota foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais por injúria racial após enviar áudio insultando um estudante de Sete Lagoas.
Na mensagem, ele faz comentários racistas e também envia capturas de tela de contas bancárias na tentativa de demonstrar seu 'poder econômico'. O crime ocorreu durante uma etapa dos Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg). O inquérito foi remetido à Justiça.
Notas de repúdio
Federação Mineira de Handebol
"A Federação Mineira de Handebol, por meio do presidente Luiz Fernando Andrade, destacou em nota nas redes sociais que instaurou um Procedimento Disciplinar Administrativo para apurar os fatos, e suspendeu preventivamente, como medida cautelar, o então técnico Francisco Júnior Correa Mota.
Ainda segundo a medida cautelar, “Fica determinado a suspensão imediata do treinador pelo período inicial de 60 dias, dos Campeonatos Mineiros de Handebol e de todos os eventos promovidos pela Federação Mineira de Handebol em todo o âmbito do estado de Minas Gerais, sendo eles presenciais ou on-line. Ainda ficou determinada a convocação de uma Comissão Disciplinar para homologação da decisão e sanções administrativas subsequentes. "Basta!!! O handebol mineiro não compactua com atitudes antidesportivas".
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