O vereador de Canguçu (RS) Francisco Romeu da Silva Vilela (PP), conhecido como Xico Vilela, será investigado por injúria racial.
Em audiência realizada pela Câmara Municipal do município na segunda-feira (5/6), o parlamentar se referiu a uma servidora como “neguinha” e “puta”.
A sessão era transmitida no momento em que o vereador se inclina e cochicha as ofensas com o colega do lado. Xico Vilela, no entanto, não se deu conta que o microfone ainda estava ligado.
A servidora agredida estava na plateia, mas não percebeu a ofensa. Só se atentou após colegas a alertarem que ao proferir as agressões, Xico mencionou o pai da vítima.
“No outro dia de manhã de novo, o meu telefone não parou de tocar. As pessoas dizendo ‘escuta direito, porque ele fala o nome de alguém’. Aí me dei conta de que era de mim que ele estava falando”, explicou a mulher, que não teve o nome divulgado.
Nas redes sociais, o Progressistas, partido do vereador, se manifestou sobre o caso. No texto, a legenda trata o crime como “um caso isolado”, que em nada reflete a ideia da cúpula do partido. Veja o comunicado:
“Diante dos fatos ocorridos recentemente, em sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Canguçu (no momento em que a sessão estava suspensa), fatos estes que atentam contra a dignidade da pessoa humana, o Progressistas esclarece que esta atitude foi um ato isolado, que em nada reflete a ideia e a conduta da Executiva, seus filiados, Vereadores e Suplentes. O Partido Progressista sempre se pautou pela pluralidade, diversidade e igualdade em todos os setores.
Assim, o Progressistas, através de sua executiva, com este ato, se solidariza com todos que têm sofrido algum tipo de constrangimento e discriminação e reafirma o compromisso com a promoção da igualdade étnico-racial, de gênero, sexual, religiosa, repudiando toda e qualquer manifestação preconceituosa, misógina e discriminatória, principalmente no que se refere a grupos sociais que historicamente lutam por equidade nesse país.
Por fim, o Progressistas, através de sua executiva permanecerá atento e firme com posicionamentos que visem preservar o Estado Democrático de Direito, sobretudo direitos adquiridos ao longo de muitas lutas sociais”.
A Polícia Civil da região investigará Vilela por suspeita de injúria racial, uma vez que a servidora registrou boletim de ocorrência contra o vereador. Xico Vilela não se manifestou.
O Metrópoles questionou a Câmara Municipal de Canguçu sobre eventuais punições ao parlamentar, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta. O espaço segue aberto.
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