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25/05/2021 10:52
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Vinhos, relógios, quadros e lancha apreendidos na Lava-Jato vão a leilão

A venda de bens de criminosos tem o intuito de reverter o dinheiro arrecadado para a União e para os Estados
/ Foto: Ilustração

 Bens que foram apreendidos na operação Lava-Jato irão a leilão no próximo dia 31 de maio e 10 de junho, no Rio. São vinhos, relógios, quadros e uma lancha avaliados em mais de R$ 800 mil. A maioria dos itens que serão vendidos pertenciam ao ex-presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, que assinou acordo de colaboração premiada e está em liberdade. O leilão é organizado pela Secretaria Nacional de Políticas de Drogas (Senad), do Ministério da Justiça.

No leilão, será vendida uma coleção de 18 garrafas de vinho de Orlando. Uma delas é de safra de 1937 e tem lance inicial de R$ 3,1 mil. Outro item vendido no pregão será um vinho de 1964 que começará com lance de R$ 2,4 mil. Ambos serão vendidos separadamente, cada um em um lote.

No entanto, há lotes com mais de uma garrafa da bebida. Juntos, dois vinhos de safras de 2010 e 2012 poderão ser arrematados pelo valor inicial de R$ 8,8 mil. Somados, todos os vinhos que pertenciam a Orlando serão vendidos por, no mínimo, 46,5 mil.

Na lista de bens do ex-presidente da Fecomércio que serão vendidos há ainda quadros, um deles do artista plástico Vik Muniz. A obra, batizada de Chocolate, foi avaliada em R$ 60 mil. Já outro quadro, esse da artista Beatriz Milhazes, terá lance inicial de R$ 280 mil. Esse é o bem mais caro de Orlando que irá a leilão.

Também estarão à venda oito relógios do ex-presidente da Fecomércio, o mais caro deles um Panerai Luminor avaliado em R$ 37,5 mil. Será leiloado também um carro de Orlando — um Dodge —, cujo lance inicial é de R$ 60 mil. Há também uma escultura de Alfredo Ceschiatti que custa R$ 50 mil.

O leilão será todo online. Para alguns itens, desde o dia 10 deste mês já podem ser feitos lances pela internet. O prazo para apresentar propostas é o dia 31 às 11h. Já para outros itens, o prazo para serem feitos lances começa às 11h do dia 31 e termina no dia 10 de junho, no mesmo horário.

Um dos itens que serão leiloados no dia 10 é uma lancha de Rafael Libman, considerado operador financeiro do doleiro Dario Messer. O barco é avaliado em R$ 100 mil.

Leilão de bens é parte de acordo de delação

Advogada de Orlando, Juliana Bierrenbach explica que a perda desses bens faz parte do acordo de colaboração premiada assinado pelo seu cliente no ano passado.

— No acordo, foi mantida sua liberdade, mas a perda dos bens foi uma condição, já que o próprio admitiu que muitos foram fruto direta ou indiretamente das atividades que ele confessou — explicou a advogada.

Orlando foi acusado de crimes como lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. Em seu acordo de colaboração, ele admitiu ter repassado dinheiro para diferentes bancas de advocacia do Rio enquanto presidente da Fecomércio, mesmo sem qualquer prestação de serviço.

No acordo, além dos itens que irão a leilão, Orlando ainda abriu mão de seu apartamento no Leblon, na Rua Aristides Espínola, na quadra da praia, e de uma casa no Condomínio Portobello, em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio.

Desde o ano passado, os leilões de bens apreendidos por ordem judicial são organizados pela Senad e fazem parte de uma política do Ministério da Justiça, que tem intensificado a venda de bens de criminosos no intuito de reverter o dinheiro arrecadado para a União e para os Estados.

A Senad, apesar de ter sido uma secretaria criada inicialmente para ter como foco o combate às drogas, trabalhará no leilão de bens apreendidos relacionados a qualquer atividade criminosa. Antes da iniciativa da secretaria de investir nos leilões, essa venda de bens ficava concentrada nas mãos dos juízes de cada processo, que precisavam providenciar os trâmites do certame. Todos os bens que vão a leilão precisam de autorização judicial.

Fonte: Extra Online

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