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17/07/2020 12:09
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Fabio Assunção fala sobre medo de recaídas com vício e decisão de não beber

Ele acredita que a sociedade estigmatiza o dependente químico e lamenta não conseguir lidar com suas questões pessoais no privado
Fabio Assunção / Foto: Reprodução/Instagram

 “Essa é uma questão que pauta a vida de qualquer pessoa que tem compulsão. O medo me acompanha sempre. Sei que não posso dar brechas e que há situações em que preciso ser e dizer não. Por exemplo: posso beber, mas tomei a decisão este ano de não ingerir nenhuma gota de álcool”, explicou.

Ele lembra que seu primeiro contato com as drogas foi ainda na adolescência, nos anos 1980, quando o mundo tinha outra relação com as drogas. O artista declarou que as más influências existiam, mas confessou que foi o responsável pelas suas próprias escolhas.

“A maioria das pessoas tem dificuldade de falar sobre isso, não só pela questão moral, mas porque gera um estigma. Estamos em 2020 e ainda preciso falar de um assunto que deveria ser privado. É muito ruim não poder tratar minhas questões pessoais na intimidade. A gente tende a colocar o usuário de drogas no centro do debate, quando, na verdade, existe todo um entorno jurídico, religioso, médico e político que lucra com a venda ilegal dessas substâncias. Não estou dizendo que o dependente químico é um coitado, mas ele está desamparado.”

No Carnaval do ano passado, os foliões criaram máscaras com o rosto do ator e o grupo musical La Furia criou uma música jocosa com o nome do artista em que dizia Hoje eu vou beber / Hoje eu vou ficar loucão / Hoje eu não quero voltar pra minha casa não / Hoje eu vou virar o Fabio Assunção. Sobre o assunto, Fabio disse que fez um acordo com os músicos para doarem toda a renda dos direitos para uma instituição de apoio a dependentes químicos.

“Sempre acho esse tipo de exposição complicado. Mas houve um movimento bacana de desencorajamento ao uso das máscaras, que fez com que me sentisse respeitado. Quanto à música, a banda fez um acordo comigo e destinou os 50 mil reais que recebeu em direitos autorais a projetos sociais para dependentes químicos. Talvez essas coisas sejam necessárias para que o assunto venha a ter a discussão que merece”, salientou.

Segundo a entrevista, ele passou por todos os tipos de risco por causa da compulsão e que sempre teve um papo aberto sobre o assunto com seu filho mais velho, João, de 17 anos, fruto da relação com Priscila Borgonovi, que chegou ao fim em 2005.

“Não temos segredos. Mantenho uma relação muito horizontal, um entendimento que adquiri no teatro, vendo a maneira como um diretor orienta o elenco. Sempre falo que ele é livre e que só não quero que faça mal a si mesmo. A Ella é muito nova. Vou esperar que ela me traga suas questões.”

Fonte: Marie Claire

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