A despedida da cantora Rita Lee ocorre nesta quarta-feira (10), no planetário do Parque Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo, das 10h às 17h.
Durante a cerimônia, o teto do planetário vai exibir uma projeção com imagens do céu do dia 31 de dezembro de 1947, data em que a artista nasceu.
O corpo chegou ao local por volta das 5h. Desde o horário, fãs aguardavam na fila, sob chuva, para se despedir da cantora.
Conforme desejo de Rita seu corpo será cremado. A cerimônia de cremação será reservada aos familiares e amigos.
Em sua primeira autobiografia, "Rita Lee — uma autobiografia", publicada em 2016, a cantora escreveu um capítulo sobre a relação que tinha com o local que veio a se tornar o Parque Ibirapuera, chamado pela artista de "floresta encantada": um lugar ideal para montar um pequeno acampamento e realizar piqueniques aos domingos.
Na obra, a cantora também imaginou como seriam os minutos após sua morte. E, ao longo das nove linhas que escreveu sobre este momento, ela aproveitou para advertir os políticos:
"Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los".
A mais completa tradução de SP, Rita Lee declarou seu amor pela cidade: da bandeira enrolada em show a paixão pela juventude na Vila Mariana
Segundo a cantora, as visitas ao local eram realizadas em grupo formado por seis mulheres. Cada uma escolhia uma árvore ou planta para cuidar, retirando folhas secas e ervas daninha. Elas também plantavam pés de frutas, verduras e legumes nas redondezas do parque.
Ao relembrar a inauguração do parque, em comemoração aos 400 anos da capital paulista, Rita menciona que "o sonho acabou" — suas pequenas hortas foram destruídas, e a floresta deu lugar ao asfalto, cimento e "construções de gosto duvidoso".
O pai da cantora teria desaprovado a intervenção no espaço e se recusado a comparecer à festa de inauguração.
Ainda assim, o Parque Ibirapuera seguiu como um local marcante na vida de Rita, sendo mencionado diversas vezes aos longo dos capítulos do livro.
No capítulo intitulado "Mutatis Mutandis", Rita Lee conta que ia toda semana ao planetário do Ibirapuera, era seu "must semanal", visita que era sucedida por uma banana-split na lanchonete próxima.
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