Otávio Mesquita aprendeu com o pai a levar a vida com bom humor e evitar conflitos. O apresentador, de 62 anos, conta que já conseguiu contornar brigas com amigos e até um assalto com o seu jeito divertido e leve.
“Levo a vida com bom humor. Tenho 62 anos de idade e nunca dei um tapa em alguém. Meu pai me ensinou que quando alguém tentasse me bater, que era para levantar as mãos para cima e pedir para a pessoa não fazer aquilo. Muitas vezes fiz isso numa discussão com amigos e evitei que algo pior acontecesse. Uma vez, durante um assalto, eu levantei a mão e falei: ‘cara, você me conhece, quero o seu bem. Deixa disso’. Ele guardou a arma e eu dei 200 reais e disse para ele ser feliz”, relembra.
O único período que Otávio diz ter se desalinhado foi quando enfrentou um princípio de burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento profissional. Ele relembra que estava com problemas financeiros e que começou a desenvolver alguns dos sintomas como irritação e agressividade.
“Tive um início de burnout. Estava muito tenso, cheio de problemas financeiros e no trabalho. Ficava nervoso, descontrolado, com o emocional abalado, discutia por tudo. Fiquei muito mal. Passei três dias internados e fiz tratamento por três meses. Tomava 12 remédios por dia. Mas fui muito bem cuidado por quatro médicos. Agora estou bem. Era como se o filtro estivesse sujo e precisasse ser limpo”, relembra.
No entanto, Otávio acredita que a crise tenha sido o principal motivo do fim de seu casamento de 12 anos com Melissa Wilman, com quem tem Pietro, de 11 anos. Os dois confirmaram o fim em abril de 2020. “Cometi erros porque estava mentalmente doente. Tive discussões e brigas com a minha ex-mulher e ela não entendeu”, conta ele sobre o episódio, ocorrido final de 2019.
Por causa da pandemia, os dois preferiram seguir morando no mesmo lar para que ambos pudessem conviver sem problemas com o filho. Otávio conta que ainda neste mês a mulher e o filho se mudam para um apartamento.
“Pedi pare que ela ficasse em casa para a gente ficar com o nosso filho. Não foi fácil a convivência. Tivemos algumas discussões, mas depois ficou tudo de boa. Não queria separar, mas o tempo fez com que o sentimento voasse. Lamentei a separação. Não é fácil para um homem de mais de 60 anos terminar um casamento, ainda mais quando não teve traição. Foi por causa desse meu problema de saúde que eu tive. Mas ficou a amizade. Fui casado quatro vezes e sou amigo de todas as minhas exs porque nunca houve traição. Nunca fiz nada de errado. Sempre fui ético e correto”, conta.
“Ela está se mudando nos próximos dias para um apartamento que comprei para o meu filho. Demorou para montar o apartamento, mas ele ficou pronto.”
NOVO AMOR
Otávio não tem pressa para um novo amor. Ele explica que só quer começar a pensar nisso após Melissa deixar a casa. O apresentador já tentou um relacionamento durante a separação, mas não conseguiu seguir adiante com o mesmo.
“Eu tentei me relacionar novamente, tive uma namorada, mas foi o momento errado. Vou esperar que a minha ex saía de casa para pensar em um relacionamento novo. Minha meta na vida é ser feliz com ou sem alguém”, garante.
Você está há quase quatro décadas na TV. Qual o desafio de se manter no ar por tanto tempo?
Quando criança contei para o meu pai que queria ser piloto de Fórmula 1. Ele me disse que ia me apoiar, mas que se eu tivesse um plano B as chances de eu ser mais feliz na vida aumentavam. Porque se o plano A não desse certo, eu tinha o B. Disse que queria ser como o Silvio Santos. Tentei ser piloto, mas não deu certo. Daí fui para o plano B e estou nele até hoje. Estou trabalhando há oito anos no SBT! Mas para alcançar o pico do Everest tem que ir aos poucos. Comecei a trabalhar na TV com 18 anos com o departamento de merchandising porque queria ficar mais perto dos apresentadores. Um dia comentei com os meus amigos que seria amigo desse cara, apontando para imagem do Silvio Santos na TV. Fui conquistando o meu espaço. Hoje tenho uma relação muito bacana com o Silvio.
Você passou por várias emissoras. Sempre teve uma relação boa?
Sim. Eu não sou de guardar mágoas. Uma vez fui demitido de uma emissora, para qual eu trabalhava há 12 anos, por causa de um diretor que não gostava de mim. Depois de 3 anos, liguei para esse diretor e perguntei se podia indicar o nome dele para uma empresa de Marketing que precisava de um executivo. E ele ficou surpreso e me perguntou como que ainda pensava no bem dele após tudo o que aconteceu. Eu falei: ‘Graças a você eu saí da quarta emissora em audiência para vice-líder’.
Como foi passar pela pandemia?
Peguei Covid em janeiro deste ano e fiquei muito preocupado psicologicamente. Antes de testar positivo estava com TOC de fazer exame. Fiz uma viagem para passar o Ano Novo na casa de amigos em Angra dos Reis e peguei Covid lá. Tive muito medo de morrer. Perdi muitos amigos para a Covid. Mas a minha saúde estava muito boa e os sintomas foram leves. Agora estou vacinado.
A morte te preocupa?
Me preocupava muito com a morte antes. Até uma determinada experiência. Minha irmã, que trabalhava comigo há 30 anos, resolveu se aposentar e me deu um presente de despedida. Era um jazigo no cemitério do Morumbi! (risos). Eu falei: ‘Que merda é essa?’. Ela tinha comprado há 20 anos um jazigo ao lado do qual meu ídolo Ayrton Senna está enterrado. Chamei a produção do programa e fui fazer uma matéria mostrando os túmulos famosos e apresentando o meu. No dia da gravação o céu estava bem nublado. Em um certo momento da gravação, me emocionei e pedi um tempo. Fiquei em pé, de frente para o jazigo e comecei a orar e pedir a Deus para ele me dar mais um tempinho de vida. Sou muito emotivo. Daí do nada um raio de sol abriu e refletiu a minha sombra bem no jazigo. Olhei para o céu e falei: “Pelo amor de Deus, estou aqui pedindo mais um tempinho e o senhor me chama para cima? Tira esse raio de sol que eu não quero morrer”. Na mesma hora uma nuvem cobriu o raio de sol. Depois disso nunca mais tive medo de morrer. Me deu um ânimo.
Fonte: Quem
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