Na próxima quinta-feira, 3 de junho, é o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, uma data para orientar a população sobre os cuidados necessários para combater esta doença que afeta milhares de crianças em todo o mundo. Afinal, diversas complicações estão associadas à obesidade e quadros que eram vistos apenas em adultos estão sendo cada vez mais encontrados em crianças e adolescentes.
Diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares, problemas respiratórios, ortopédicos, gastrointestinais e metabólicos estão entre as doenças mais comuns. Além disso, o aumento de peso pode despertar o bullying e pressões estéticas que acabam levando os pequenos à depressão e ansiedade, quadro que acaba retroalimentando a obesidade.
Com o isolamento social, os pequenos deixaram de praticar atividades físicas e passaram a ficar mais tempo em frente aos smartphones, videogames e consumirem alimentos com baixa qualidade nutricional. A nutricionista e professora do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), Raphaela Costa, indica os motivos que levaram ao crescimento dos casos durante a pandemia.
“Estando em casa e consequentemente no meio digital, as crianças são atraídas pelas propagandas de alimentos não saudáveis, gordurosos e com muitos conservantes. Elas também deixaram de praticar exercícios físicos, o que ajudava a queimar calorias. A falta de sono adequado pode contribuir para a obesidade. Os pais precisam estar atentos para que as crianças tenham qualidade no sono e descansem o tempo recomendado para cada idade,” ressalta a professora.
O atual panorama assusta a Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima 75 milhões de crianças obesas no mundo em 2025. Diversos fatores contribuem para este aumento considerável, como o sedentarismo, onde as pessoas abriram mão da atividade física e passaram a pedir os alimentos de fast food, ricos em gordura trans, saturada e grande presença de açúcar. Mas o fator genético também é considerado: quando os pais são obesos, os filhos tendem a seguir o mesmo caminho, por partilharem da mesma alimentação.
Fatores psicológicos
Além dos hábitos alimentares e do estilo de vida, a ansiedade e depressão podem estar entre os aspectos relacionados à obesidade infantil. Adultos e crianças que apresentam um destes quadros emocionais evitam atividades de lazer, aderindo ao isolamento e transferindo para os alimentos toda uma carga psicológica.
“Entre as complicações para a saúde, o bullying é um dos mais frequentes no meio social. Seja no ambiente familiar ou na escola, as crianças sofrem com esse tipo de preconceito, que afeta diretamente o fator emocional, gerando estresse e depressão. Então, o acompanhamento dos pais e professores é fundamental para evitar que as crianças desenvolvam problemas de saúde na vida adulta, como transtorno psiquiátrico,” aconselha a psicóloga e professora do curso de Psicologia da Unit/AL, Karolline Helcias.
Por isso é importante moderar brincadeiras com o peso do tipo “eita filho, você está tão gordo que o papai não consegue te levantar” ou “olha como Fulana é bonita, tão magrinha”. Comentários desse tipo, alertam as especialistas, apenas reforçam estigmas negativos e aumentam o sofrimento da criança.
O tratamento da obesidade infantil requer o apoio familiar e uma mudança no estilo de vida das crianças – de preferência, acompanhado pelos adultos, para que sirvam de suporte e exemplo. É importante o incentivo de práticas esportivas e da abordagem dietética para controle da hipertensão.
“Uma das recomendações é que os pequenos deixem de consumir as refeições em frente a TV, e sim, na mesa com os pais. É sempre bom lembrar que os biscoitos não são alimentos saudáveis, assim como o refrigerante: a troca pelos sucos naturais e da polpa fazem bem para a saúde de toda família” recomenda a nutricionista Raphaela Costa.
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