Em Alagoas, nos primeiros cinco meses deste ano, não houve casos confirmados de coqueluche, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). No ano de 2023, foram contabilizados dois casos, enquanto em 2022 foram registrados seis casos da infecção. Para prevenir a doença, a vacina pentavalente é oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de todas as cidades alagoanas.
A Sesau, por meio da Vigilância e Controle de Doenças Transmissíveis, alerta a população dos 102 municípios alagoanos sobre a importância de atualizar a caderneta de vacinação contra a coqueluche. A doença é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis, conhecida popularmente como tosse comprida. Em contato com a bactéria, que se aloja na garganta humana, as crianças podem desenvolver insuficiência respiratória e até mesmo morrer.
O esquema vacinal compreende a aplicação de uma dose da vacina aos dois, aos quatro e aos seis meses de vida, seguida de mais dois reforços com a vacina DTP, conhecida também como tríplice bacteriana infantil, que devem ocorrer aos 15 meses de idade e aos quatro anos. Em adultos, recomenda-se receber doses de reforço da vacina dTpa a cada cinco a 10 anos.
IMUNIZAÇÃO
Para receber a imunização, a população deve procurar o posto de vacinação mais próximo de sua residência com o Cartão de Vacinação, RG ou CPF, e Cartão SUS. Para aqueles que perderam o comprovante ou não se lembram se tomaram as vacinas, é importante atualizar a situação junto à unidade de saúde do município.
A enfermeira Waldinéia Silva, gerente de Vigilância e Controle de Doenças Transmissíveis da Sesau, explica que a doença tende a se propagar mais em tempos de clima ameno e frio, quando as pessoas permanecem mais em ambientes fechados.
“A transmissão da doença ocorre por meio de gotículas de secreção da orofaringe, eliminadas durante a fala, tosse e espirro. Basta um contato com tosse ou secreção de uma pessoa infectada para se contaminar, ou também por meio de objetos contaminados com secreções”, explica.
Ela destaca que a coqueluche apresenta três fases: catarral, paroxística e convalescença. Durante a fase catarral, que pode durar até duas semanas, os sintomas incluem febre leve, mal-estar, coriza e tosse seca. Esta é a fase mais contagiosa, quando a frequência e intensidade dos acessos de tosse aumentam gradualmente.
Na fase paroxística, que dura de duas a seis semanas, a febre se mantém baixa e começam as crises de tosse súbitas, rápidas e curtas, que podem comprometer a respiração. A fase convalescente sucede, com a tosse diminuindo e eventualmente evoluindo para episódios de tosse comum, que persistem de duas a seis semanas, podendo durar até três meses em alguns casos.
Waldinéia Silva enfatiza a importância da conscientização da população para que o estado continue a combater o surgimento de surtos de coqueluche. “Não tivemos registros de óbitos há muitos anos, o que demonstra a eficácia da imunização contra doenças transmissíveis em Alagoas. Portanto, pedimos aos pais que não deixem de vacinar seus filhos, pois a coqueluche pode ser fatal. Aos adultos, recomendamos verificar se o esquema vacinal está completo”, conclui.
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