O ciclo de vida de Amanda Jacielly tem uma rotação diferente. Neste 1° de novembro, a estudante de enfermagem e promotora de eventos completa 24 anos, com motivações e novos amigos para comemorar a data, que significa, também, um milagre.
Ela revelou ter caminhado na linha tênue entre a vida e a morte e destacou que teve uma nova chance de viver graças ao trabalho incansável dos profissionais do Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, onde realizou sete cirurgias.
O drama na vida de Amanda começou em 26 de novembro de 2023. Ela retornava de um evento em Campo Alegre, cidade da região Agreste de Alagoas, quando o carro em que viajava saiu da rodovia AL-220 e capotou em um plantio de cana de açúcar. Do banco de trás do veículo, Amanda foi arremessada a cerca de 10 metros de distância.
Socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi levada em estado grave para o HEA. Prontamente atendida, passou por vários exames e avaliações. “Tive múltiplas fraturas na bacia e minha bexiga estourou no acidente”, afirmou Amanda.
Amanda foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ficou em coma induzido por 12 dias. Passou por sete procedimentos em uma busca incessante dos profissionais da saúde em salvar a vida da jovem. Enquanto isso, na comunidade Capim, mais precisamente na casa da família de Amanda, foi montado um mutirão para rezar por ela duas vezes por dia.
“Muita gente vinha pra cá para fazer as orações em nome de Nossa Senhora das Graças. A fé sempre esteve acompanhando as ações dos profissionais do hospital”, revelou a mãe da jovem, a dona de casa Josefa Santos, ou como ela prefere ser chamada, dona Nêga.
“Os boletins médicos sempre apontavam uma gravidade enorme. O pessoal do Hospital de Emergência do Agreste sempre me alertava sobre a situação muito difícil do quadro de Amanda. Pensei, em alguns momentos, que ela não sobreviveria. Criei calos nos joelhos de tanto pedir a Deus que a deixasse continuar viva”, afirmou dona Nêga.
Durante o período em que esteve em coma na UTI, Amanda diz ter sonhado. “Agora entendo sobre a questão de passar um filme na nossa cabeça nesses momentos. Vi minha vida toda. E, num desses sonhos, vi que minha família e amigos estavam reunidos em oração. No outro dia, tive uma melhora significativa. E os médicos me tiraram do coma”, declarou Amanda, emocionada.
“Quando cheguei para a visita, ela estava conversando e me perguntou sobre a reunião de oração. Foi emocionante”, relatou a mãe, que não esconde os dias de angústia que passou, já que a filha passou 14 dias na UTI, sendo 12 em coma, antes de ser transferida para a enfermaria.
Diante da gravidade dos traumas, havia uma desconfiança sobre a possibilidade de Amanda voltar a andar. Com isso, foram mais exames, mais cuidados e mais carinho na enfermaria. “Fiquei 72 dias internada na enfermaria. Foram dias de recuperação, de dor, mas também de muito acolhimento. Todas as pessoas foram muito carinhosas e atenciosas comigo. Nunca faltou nada para mim”, afirmou.
Após 86 dias no HEA, ela voltou para casa, para os braços da mãe, dona Nêga; do pai, Antônio Pedro; e do irmão Arthur Kelvin. “Sou um milagre. Estava desenganada. Eram as mínimas possibilidades de sobreviver. E, mesmo assim, voltei pra casa. Isso me deu forças para continuar a reabilitação e acompanhamento com profissionais", frisou.
Diante de tudo que passou, o processo de reabilitação é lento, mas a esperança não se apaga em Amanda. "Estou andando de muletas. Mas ando. Tenho certeza que não precisarei delas daqui a algum tempo. Mais uma vez a fé e o excelente trabalho dos profissionais me oferecem outras possibilidades de vida", comemora.
Os passos são lentos, cuidadosos, mas seguem firmes. “Passei 12 dias pensando que perderia minha filha. Ela que sempre foi tão responsável, trabalhadora, poderia nos deixar. Se recebeu este milagre, então Deus tem mais planos para ela”, salienta a mãe de Amanda.
Gratidão
Emocionada, a jovem diz não conseguir expressar o tamanho da gratidão a todos do Hospital de Emergência do Agreste. "Ainda tenho contato com alguns profissionais, que fazem questão de saber como estou, como está o acompanhamento da minha saúde fora do hospital. Comemoram comigo cada passo. Eles são anjos enviados por Jesus Cristo, por Deus, que me devolveram à vida”, reafirma.
Amanda faz aniversário neste 1° de novembro e, certamente, seu bolo de aniversário será recheado de gratidão, renascimento e milagre. “Quero voltar a trabalhar, a estudar. E, quem sabe um dia, volto para o Hospital de Emergência do Agreste, mas, para trabalhar junto com estas pessoas maravilhosas, para ajudar a salvar outras vidas”, declara.
Amanda postou um vídeo no próprio perfil no Instagram (@amandaaj_00) contando sua história. Quando o conteúdo foi acessado por profissionais do HEA, a emoção aflorou com o depoimento da jovem.
A diretora-geral do HEA, Bárbara Albuquerque enfatiza que, por mais que se saiba que o HEA tem profissionais de excelência e que o serviço é oferecido com eficiência, relatos como os de Amanda emocionam a todos.
"Agradeci a Amanda pela postagem, pelo reconhecimento. É um esforço diário de cada profissional para multiplicar casos assim, de fazer os pacientes voltarem para casa, para os abraços dos familiares", afirma.
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