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30/06/2021 10:00
Saúde

Covid de longa duração é mais comum entre 40 e 55 anos

Estudo britânico mostra, ainda, que mulheres têm 50% mais chance de ficar mais tempo com sintomas do que homens
Mulheres têm mais chances de terem covid longa do homens / Foto: LUIS TORRES/EFE

 Uma em cada seis pessoas (17%), entre 40 e 55 anos, infectadas pelo SARS-CoV-2 apresentou covid-19 de longa duração, aquela em que os sintomas que persistem por mais de 12 semanas após a infecção inicial. Já em adultos mais jovens diagnosticados com a doença esse número cai para um em 13 pacientes (7,8%).

Além disso, mulheres têm 50% mais chance de apresentarem covid longa do que os homens. Os dados fazem parte de um estudo feito pelas universidades britânicas King's College of London e UCL (London's Global University), com financiamento público do UKRI-NIHR (Centro de Pesquisa e Inovação do Reino Unido - Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde).

Com base nos dados do sistema de saúde pública do Reino Unido, que conta com 1,2 milhões de registros da covid-19, e dez pesquisas de corte de base populacional com 45.096 participantes, os pesquisadores concluíram que o risco de ficar muito tempo com sintomas da covid aumenta com a idade (até 70 anos) e está ligado à pior condição da saúde mental e física antes da pandemia. Além de estar associado a um diagnóstico prévio de asma.

A saúde mental adversa prexistente esteve associada a um aumento de 50% na chance de infecção duradoura. Foram considerados os participantes que tiveram diagnóstico de uma das várias condições, como depressão e transtorno bipolar, ou quando suas respostas ao questionário indicavam problemas psiquiátricos antes da pandemia.

A asma foi a única condição médica prévia específica consistentemente associada a 32% de risco maior de desenvolver sintomas mais longos da doença.

O ensaio, publicado para avaliação dos pares no site científico medRxiv, constatou que os casos de pacientes mais tempo doentes impactou as atividades diárias sendo 1,2% dos jovens na faixa de 20 a 30 anos e 4,8% das pessoas na meia idade.

Outro achado do estudo é que grupos étnicos minoritários não-brancos apresentaram probabilidade menor de desenvolver covid longa e cerca de 70% menos provável que entre os brancos.

"É realmente importante identificar fatores de risco na população para que possamos preparar e elaborar estratégias de prevenção, protegendo as pessoas com risco aumentado de resultados ruins da covid-19", afirmou Ellen Thompson, principal autora do estudo e professora da King's College London.

A pesquisa faz parte do Estudo Nacional de Saúde e Bem-Estar Longitudinal Covid-19, no Reino Unido, que investiga os impactos em saúde, sociais e econômicos da pandemia. Os resultados são obtidos a partir da comparação dos dados coletados antes e depois da covid.

"Nossas descobertas sugerem os mecanismos por trás da covid longa. Nosso próximo passo será identificar as predisposições que podem explicar, por exemplo, por que mulheres ou indivíduos com asma parecem estar em maior risco. Vamos estabelecer caminhos concretos de pesquisa para eventualmente levar benefícios para pessoas com covid longa", afirmou o professor Dylan Williams, co-autor da pesquisa da UCL.

Fonte: R7

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