Elas podem dar trabalho, mas mexem com o coração dos adultos. As crianças necessitam de cuidados permanentes, pelo seu potencial de vulnerabilidade e, desse modo, devem ser protegidas. A pediatra do Hospital Geral do Estado (HGE), Ana Carolina Ruela, reforça que os pais e responsáveis devem redobrar a atenção com a manutenção da saúde dos pequeninos, e que, jamais, os deixem com o poder de decisão, evitando assim, problemas de saúde e, inclusive, acidentes.
“Se as crianças não querem comer, mas está na hora da refeição, elas devem comer. E o cardápio precisa conter alimentos naturais e saudáveis. Elas gostam muito do que é industrializado, como os biscoitos, as pipocas e os refrigerantes. Mas, não pode entrar na rotina! Uma boa dica é condicionar. Se durante a semana se comportou, então no fim de semana poderá comer uma pizza, por exemplo”, orienta a pediatra do HGE.
Ainda é diário na emergência pediátrica o atendimento a crianças com agravos causados por descuidos e desatenção dos pais e responsáveis. Queimadura, doenças respiratórias, contato com objetos e líquidos contaminados, desuso de equipamentos de proteção, queda de altura, pancadas, entre outros problemas. Situações que podem trazer sérios prejuízos quando o menor já convive com uma doença de base genética ou com a imunidade baixa.
“Há crianças que fogem do banho, outras não querem escovar os dentes, que têm medo de tomar injeção, que não obedecem a ordens. Isso é até normal, preocupante é quando os pais ou responsáveis não conseguem estabelecer o controle, ou perdem o controle (recorrendo à violência), ou apenas ignoram. Educar é uma prática diária, que exige paciência e orientação constante”, afirma Ana Carolina Ruela.
Esclarecimentos sobre a saúde da criança podem ser dados na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município em que a família reside. Nela, a família também tem acesso a vacinas, a exames preventivos, políticas públicas e orientações variadas. A negligência com as consultas médicas pode impedir a identificação precoce de doenças, causando consequências graves, dolorosas e irreversíveis.
“Vale recordar que a criança é um ser humano em pleno desenvolvimento. Por isso, além de ser alimentada exclusivamente com leite materno, nos primeiros seis meses de vida, é necessário cuidar da higiene e dar afeto, observando o que está sendo ensinado aos pequenos. O que ela aprende com as pessoas que convive diariamente, repercutirá na formação do futuro adulto. Por isso, é importante que os bons hábitos sejam inseridos desde a infância, de maneira natural, e que o ambiente familiar possa ser cercado de afeto e liberdade, com restrições, para brincar”, recomenda a pediatra do HGE.
Calendário Vacinal – Além de realizar os exames básicos durante a gestação, no pré-natal e nos primeiros dias de vida, como o Teste do Pezinho, a pediatra do HGE ressalta que os pais devem ficar atentos sobre a importância de manter o calendário vacinal atualizado. Isso porque, segundo ela, com esta medida, as crianças ficarão imunes a várias doenças que podem deixar sequelas ou levar à morte, como meningite, sarampo, caxumba e paralisia infantil.
“Além de dar amor, educar, cuidar da alimentação e da higiene, é importante atentar para manter atualizado o Calendário Vacinal. Por meio do SUS [Sistema Único de Saúde] são disponibilizadas diversas vacinas, que conferem proteção contra várias doenças, que podem ser evitadas. Como as crianças são indefesas e não têm o poder de decidir, é responsabilidade dos pais imunizá-las contra várias doenças. As vacinas, comprovadamente, salvam vidas, estão disponíveis gratuitamente nos postos de saúde de todo o Estado e nenhum pai pode negligenciar com esta responsabilidade”, adverte Ana Carolina Ruela.
Ascom Sesau
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