“Ele tinha 1 ano quando fui para o hospital e ele acha que o hospital é ‘a casa da mamãe’”, afirmou Jazmin, em entrevista ao programa Good Morning America. "Ele ficou confuso. Não me reconheceu porque eu não estava de pijama ou usando a roupa do hospital”, explicou a mãe, que tem outras duas filhas: uma de 7 e outra de 10 anos.
A família estava de férias na Carolina do Sul, em agosto de 2021, quando a mãe, o pai e os dois filhos mais novos testaram positivo para a covid-19. Os outros membros da família quase não apresentavam sintomas ou tinham sintomas leves, mas Jazmin sentia tanta dificuldade para respirar que precisou ir ao pronto-socorro. Ela não tinha comorbidades e sempre foi saudável, segundo relatou ao programa. A mãe não informou se tinha tomado as vacinas ou não.
No pronto-socorro, a condição dela foi piorando rapidamente e Jazmin precisou ser internada e conectada ao ventilador mecânico, para conseguir respirar. "Comecei a orar e disse: 'Deus, por favor, não me deixe morrer... Apenas me deixe acordar. Deixe-me estar aqui com meus filhos e meu marido'", relatou. "Mandei uma mensagem para o meu marido e disse: 'Eu te amo. Prometo que vou continuar lutando’", acrescentou.
No Hospital Texoma, no Texas, ela foi conectada à ECMO, uma máquina de oxigenação por membrana extracorpórea - a mesma usada pelo ator Paulo Gustavo, quando ficou internado também por covid-19. O aparelho remove o gás carbônico do corpo e devolve o sangue com oxigênio para o corpo, fazendo o papel dos pulmões e do coração.
A situação de Jazmin era tão séria, que ela permaneceu em coma até novembro de 2021. Os médicos chegaram a dizer que ela precisaria de um transplante de pulmão para se recuperar, mas tinham medo de que o corpo dela rejeitasse o órgão.
No entanto, enquanto ela estava na ECMO, os pulmões começaram a apresentar sinais de melhora. Só em março deste ano ela pode ser desconectada da máquina pela primeira vez. Em julho, ela foi desligada do ventilador. Então, precisou começar a fisioterapia para reaprender a fazer coisas simples, como comer e andar.
Kody Kirkland, marido de Jazmin, precisou se dividir entre ficar ao lado dela e cuidar dos três filhos, durante todo o período. "Havia tantos pacientes e tão poucos enfermeiros…", comentou. "Eu ainda digo até hoje que as enfermeiras e terapeutas não são suficientemente remuneradas porque era muito intenso”, afirmou.
Jazmin é muito grata por tudo o que a comunidade, incluindo amigos, familiares, vizinhos, professores dos filhos, fez por ela ao longo desse ano difícil, especialmente Kody, o marido. "Até nossos médicos brincam sobre isso, dizendo como ele se esforçou para me dar tudo o que eu precisava enquanto estava aqui", declarou. "Todos nós dizemos que se não fosse por isso, eu não estaria aqui”, acrescentou.
Em certo momento, uma enfermeira trouxe um documento para Kody assinar, autorizando o não ressuscitamento de Jazmin, caso necessário, depois de um procedimento, de tão ruim que era a condição dela. Mas ele se recusou! "A enfermeira me contou a história depois e disse: 'Sua família nos ensinou muito sobre não desistir, sobre amar e sobre família, porque eles lutaram tanto por você e nunca, nunca desistiram. Nunca aceitaram que você fosse morrer'", lembrou Jazmin Kirkland. "Eu disse: 'É assim que somos'".
Em casa, a mãe ainda está se recuperando e precisa de oxigênio e fisioterapia, mas não se cansa de agradecer por tudo e por todos que a ajudaram. "Agradecer não parece ser suficiente, porque muitas pessoas ajudaram e fizeram muito por nós", disse. "Isso é muito importante para mim, agradecer a todos que estiveram aqui por nós e nos mostraram o quanto nos amavam, que se esforçaram para ajudar", completou.
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