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02/05/2023 20:00
Saúde

Médica receita pomada que não existe para bebê em UPA do litoral de SP

Pai foi comprar pomada e farmacêuticos informaram que remédio só existe em comprimido ou xarope
Médica receita pomada que não existe para bebê em UPA do litoral de SP / Foto: Arquivo Pessoal
Redação com Terra

O pai de um bebê de 10 meses relata que uma médica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central de Santos, no litoral de São Paulo, receitou uma pomada que não existe ao seu filho. A criança havia sido levada para atendimento após apresentar alergia grave no bumbum e diarreia. Porém, quando o pai foi comprar uma das medicações receitadas pela profissional, descobriu que a pomada do remédio não existe - há apenas as versões em xarope e comprimido.

Segundo o pai, que preferiu não se identificar, a mãe do bebê o levou para atendimento médico neste domingo, 30, e a médica que atendeu a criança receitou alguns medicamentos, entre os quais estava escrito: 'Loratadina pomada - aplicar em lesão de 12 em 12 horas".

Em contato com a reportagem, o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo informou que em consulta realizada nesta terça-feira, 2, ao portal da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não foi localizada nenhuma apresentação registrada em pomada contendo loratadina.

A Secretaria de Saúde de Santos, por meio de nota, também confirmou que a pomada não existe, mas informou que a Direção da UPA apurou que houve "erro de digitação" na composição do medicamento (veja posicionamento completo abaixo).

"Foi a mãe do meu filho que levou ele à UPA. Meu filho está com uma alergia muito forte na pele e aí fica todo vermelho, bem assado. A médica receitou loratadina pomada, só que fui em três farmácias diferentes e fui informado em todas que o remédio não existe na versão pomada, apenas líquido ou comprimido", destacou o pai do bebê. O homem também fez uma postagem na rede social lamentando o episódio.

O que diz a Secretaria de Saúde

Em nota, a Secretaria de Saúde de Santos esclarece que a contratação da médica é de total responsabilidade da Organização Social (OS) que administra a UPA Central. "A secretaria vai abrir uma apuração na Comissão de Acompanhamento e Fiscalização para investigar a conduta da profissional e tomar eventuais medidas cabíveis", informou ao Terra.

Segundo a direção da UPA Central, o atendimento à criança foi realizado em conformidade com todos os protocolos preconizados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com diagnóstico completo.

"Com relação à prescrição da pomada, a direção da unidade apurou que ocorreu um erro de digitação na composição do medicamento, que não ocasionou qualquer dano ao paciente, inclusive pelo fato de que efetivamente a fórmula prescrita não existe", afirmou a pasta.

A direção da UPA Central ressalta ainda que, regularmente, inúmeras medicações são retiradas do mercado, seja para reformulação, substituição ou até mesmo exclusão das farmácias, sendo que, por mais que o profissional da saúde busque manter-se atualizado, a dinâmica das farmacêuticas muitas vezes torna-se muito difícil de acompanhar.

A equipe técnica da unidade também informa que acionou a profissional advertindo-a em relação ao ocorrido. A família do bebê pode procurar a coordenação médica da UPA para buscar a receita atualizada. 

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