Um ano e dois meses após o Brasil registrar o primeiro caso de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde prepara uma cartilha de orientação sobre o uso de máscaras.
A comunidade médico-científica é unânime ao recomendar o uso da ferramenta como uma das estratégias para conter a disseminação do vírus.
Contudo, desde o início da pandemia o governo é resistente ao mecanismo, que já foi alvo de críticas até mesmo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A mudança de rumo faz parte do reposicionamento do governo no enfrentamento do coronavírus, com intuito de evitar problemas judiciais e políticos.
Técnicos do Ministério da Saúde finalizam as recomendações, como uso de máscara ao ar livre, durante a realização de exercícios físicos e no transporte público, entre outra situações, e devem apresentar o texto final ao ministro Marcelo Queiroga nos próximos dias.
Fontes da pasta adiantaram ao Metrópoles o tom que a cartilha terá. “A intenção é reforçar que o uso correto de máscara ajuda a prevenir a transmissão do coronavírus. A orientação é: use sua máscara cobrindo corretamente a boca e o nariz”, explica um técnico envolvido nos trabalhos.
O principal argumento da campanha inédita é que o uso de máscaras é de grande importância em um cenário de crescente contágio.
“É essencial saber como as máscaras devem ser confeccionadas e como devem ser utilizadas”, explica outra fonte do ministério.
Desde junho do ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza o uso de máscaras para todo mundo que precisa sair de casa. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos fez a mesma indicação.
O Ministério da Saúde confirmou a elaboração da cartilha, mas não divulgou detalhes.
Com lei, mas sem campanha
Em julho do ano passado, após pressão do Congresso, o presidente Bolsonaro sancionou a lei que torna obrigatório o uso de máscaras de proteção individual em espaços públicos e privados durante a pandemia do novo coronavírus.
Porém, na prática, o Ministério da Saúde não fez nenhum tipo de campanha educativa ou de estímulo ao uso do mecanismo de proteção durante a gestão do a.
Agora, sob a tutela de Queiroga, o tema ganhou atenção. Desde que assumiu o cargo, no fim de março, o médico cardiologista ressaltou a necessidade de usar a proteção e já chegou a dizer que é uma “obrigação”.
Fonte: Metrópoles
Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.