Não é novidade dizer que a Copa do Mundo movimenta muito dinheiro. Mesmo que ainda não tenha chegado aos pequenos negócios com força, ao menos nos grandes já é possível ver a marca do Mundial 2022. Até o circunspecto Tite sucumbiu e está em propaganda de hambúrguer da Copa, ao lado do Luva de Pedreiro.
A Copa é o ápice do business chamado futebol. Um produto que há mais de cem anos vem crescendo, se desenvolvendo e alcançando novos patamares. E trazendo novas oportunidades para empreendedores visionários, inclusive no Brasil.
Parece incrível, mas houve um tempo em que não havia publicidade nos estádios. Os campos eram apenas gramados e arquibancadas e, talvez, um placar. Isso começou a mudar nos anos 60 e 70, quando surgiram as primeiras placas, pintadas em latão. Funcionavam como uma propaganda local, visível aos fãs que assistiam às partidas no campo. Com o desenvolvimento da TV, e o aumento das transmissões dos jogos, as placas logo ganharam uma nova dimensão – e um novo preço – já que passaram a ser vistas por milhares, e depois milhões, de pessoas.
Hoje, não há mais latão. Quando fixas, são de material maleável que evita o risco de machucar um atleta desastrado. Mas, nas competições principais, elas são feitas de painéis de led, que permitem o uso de milhões de cores, além de animações. E, mais importante, permitem que um mesmo espaço seja usado por múltiplos anunciantes – com múltiplos ganhos.
A criatividade publicitária, junto com estudos de perspectiva, também trouxe aos estádios os tapetes publicitários. Impressos de forma distorcida, eles compensam a perspectiva criada pelas câmeras de TV e, nas telas, parecem objetos tridimensionais. Ocupando a faixa entre campo e placas de publicidade, em ambos os lados do gol, são mais uma forma de multiplicar o espaço vendável.
Outro fato difícil de acreditar é que antigamente não havia propaganda nas camisas dos times. Era apenas o brasão do clube na frente, com o número e, às vezes, o nome do jogador atrás. E isso era uma imposição da FIFA, que só em 1982 permitiu a publicidade nas camisas.
A ideia demorou um pouco para embalar, mas hoje é uma das principais fontes de recursos dos clubes. E, assim como as placas de estádio, alguns clubes procuram expandir o seu potencial de publicidade, oferecendo espaços na barriga, nas costas, no ombro, no calção e até mesmo dentro do número. Levado ao extremo, algumas camisas se parecem mais a um macacão de Fórmula 1.
Nas últimas décadas, os rendimentos dos times de futebol extrapolaram o campo e a camisa, e chegaram às telas de computadores e celulares. Os videogames que simulam partidas, campeonatos e carreiras, como o Fifa Soccer e o Pro Evolution Soccer, caíram no gosto dos fãs, e se tornaram uma verdadeira mania. Já existem torneios, nacionais e internacionais, que angariam enorme interesse. Tanto que as chamadas esoccer bet, ou apostas de escoccer, entraram na relação de produtos das casas de apostas online.
Por fim, um dos maiores negócios do futebol recentemente tem sido os programas de sócios-torcedores. Engajando os fãs em uma comunidade paga, é possível garantir uma renda significativa para o clube, mesmo sem lotar os estádios. E os estádios, por sinal, têm virado arenas, que incorporam modernidades, serviços e, assim, se tornam uma atração em si. Algumas delas, com localização privilegiada como o Allianz Parque, em São Paulo, são ideais para espetáculos de grande porte, o que garante uma boa quantidade de renda extra aos clubes-proprietários. Sem que seja preciso chutar uma bola sequer.
A grande força comercial do futebol é a paixão que ele é capaz de despertar nos fãs, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. E essa adoração faz os negócios prosperarem. Se é verdade que o dinheiro faz o mundo girar, também é verdade que o futebol gira muito dinheiro. De giro em giro, o esporte vai ficando cada vez mais rico.
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