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Editorias
16/06/2023 14:00
Alagoas

Alagoano cai em golpe de venda de vouchers de passagens

Alagoano viu na compra e venda de vouchers uma oportunidade de negócio e acabou tendo dor de cabeça
Venda de vouchers para viagens internacionais não passava de um golpe / Foto: Reprodução
Redação com Gazetaweb

Um grupo de 30 pessoas afirma ter caído em um golpe na compra de pacotes de viagem para a Europa, com prejuízo de cerca de R$ 150 mil. As viagens estavam marcadas para ocorrer a partir do próximo mês. Em contato com a reportagem, um alagoano, que teria intermediado as compras das passagens, que foram vendidas para pessoas conhecidas dele, disse que procurou a Polícia Civil do Estado e denunciou o caso.

O suspeito, que é de Pernambuco, usou um nome falso para aplicar o golpe. Ele usava uma identidade falsa e se apresentou como Paulo Victo da Silva, mas foi descoberto que o seu nome verdadeiro é David Wallas Carvalho Gomes. Nenhuma das vítimas que adquiriu as passagens é de Alagoas.

“No dia 29 de maio, um amigo meu de Maceió, mais velho, empresário, com vários amigos em comum e que eu conheço há certo tempo, falou em um grupo de WhatsApp sobre a venda de uns vouchers de empresas aéreas que fazem trechos internacionais a um valor muito abaixo do mercado. O mesmo disse que o sócio dele viajava toda semana e que a emissão era segura e certa, não só para mim, mas para todos que estavam no grupo. A partir daí, perguntei o preço e tentei me certificar se era, de fato, seguro. Prontamente, ele me mandou uma mensagem assegurando tal operação”, detalha o Boletim de Ocorrência feito pelo alagoano, que preferiu não se identificar.

Ele conta que viu na situação uma oportunidade de negócio. Compraria os vouchers por R$ 5 mil e os venderia por um valor superior, obtendo um lucro em cima de cada operação. Não sabia ele que tratava-se de um golpe.

“Pensei naquilo como uma oportunidade de negócio, mas antes de começar a oferecer aos meus amigos, eu fiz uma rápida pesquisa: vi que no site, de fato, tinha uma aba como ‘voucher tap’, vi que o voucher pode ser usado para emitir para terceiros e, por fim, vi que a maneira mais fácil de se conseguir um voucher era com reembolsos/processos jurídicos”.

“Mesmo com o conhecido dizendo que era seguro, decidi fazer um teste e comprei, inicialmente, somente dois vouchers. Feito isso, enviei os dados, as passagens e o passaporte para emissão. Prontamente me enviaram o código de reserva. Colocando no site, juntamente com o sobrenome do titular, aparecia, de fato, uma reserva, sendo que um código de confirmação era enviado sempre para o mesmo e-mail [do suposto emissor] e ele passava o código de verificação para mim e eu repassava para a pessoa que estava adquirindo. Vendo que, aparentemente, estava tudo correto, continuei intermediando e cheguei a vender 30 vouchers para amigos, conhecidos e amigos de amigos”, conta o alagoano.

Após a compra, o emissor sempre enviava um PDF, com a data da passagem, com o destino de origem e chegada, horário, estilo da categoria [executiva] e todas as informações do voo. “No entanto, ontem, às 21:43, um amigo me informou que ligou para a empresa e que a reserva dele não existia. Preocupado, também liguei e passei o código de reserva de outra pessoa que eu intermediei a passagem, e, infelizmente, o atendente disse que, de fato, existia uma reserva, mas que havia sido cancelada por falta de pagamento”, diz o boletim.

Segundo o alagoano, que comprou o voucher a R$ 5 mil cada e repassou a valores que variaram de R$ 6.750 a R$ 8 mil, o suspeito fazia a reserva, mandava o código, por estar dentro do prazo, para que fosse conferido pelo cliente, porém, cancelava a reserva em seguida por falta de pagamento. Todo o lucro obtido com a transação pelo alagoano está sendo devolvido às vítimas, mas o suspeito ainda não devolveu o valor pago por ele pelos vouchers.

“Farei meu máximo, o possível e o impossível para correr atrás e diminuir o prejuízo financeiro que todos tiveram. Estou disposto a devolver toda a diferença de preço do valor que eu recebi para o valor que eu paguei. Só fiz essa intermediação para ter a vantagem de viajar de graça. Estou à disposição para conversar com cada um que queira esclarecimento”, falou.

A Justiça, a Polícia Federal e a Delegacia de Crimes Cibernéticos também foram acionadas para a investigação do ocorrido.

De acordo com o alagoano, o colega que assegurou que a transação era segura não se responsabilizou por nada. Em contato com o suspeito, o alagoano obteve a promessa de que ele devolveria o dinheiro, mas até o momento, dos R$ 130 mil pagos a ele, somente R$ 5 mil foram entregues a uma das pessoas lesadas.

A Gazetaweb também entrou em contato com o suposto golpista. Ele não atendeu as ligações, mas respondeu às mensagens enviadas, negando ter aplicado um golpe. Disse apenas que a situação “já está sendo resolvida” e que “já está sendo feita a devolução dos valores”. Ele não deu mais explicações sobre o ocorrido. 

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