O 13º salário é uma das conquistas mais relevantes do trabalhador brasileiro, representando um alívio financeiro ao final do ano. Porém, utilizá-lo de forma estratégica é essencial para garantir que essa renda adicional traga benefícios reais, tanto no curto quanto no longo prazo.
Ele é um benefício trabalhista instituído pela Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962, que garante aos trabalhadores formais o pagamento de um salário adicional ao final de cada ano. Ele é um direito concedido a todos os empregados contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), incluindo trabalhadores urbanos, rurais, domésticos e avulsos.
Neste artigo, exploraremos as melhores maneiras de aproveitar esse recurso e os erros mais comuns que devem ser evitados. Confira 13 dicas práticas para aproveitar bem seu 13º salário.
Foque em quitar dívidas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial. Isso reduz gastos futuros e melhora sua saúde financeira. Quitar dívidas é uma ótima estratégia, mas acumular novas logo em seguida anula o esforço feito para equilibrar as finanças.
Caso não seja possível quitar todas as pendências, utilize o 13º como base para negociar descontos ou melhores condições de pagamento com seus credores.
Se você não tem dívidas ou após negociá-las ainda sobrou uma parte, é uma ótima oportunidade para construir ou reforçar (caso já tenha começado) a reserva de emergência. Guarde de 3 a 6 meses do seu custo de vida em investimentos de fácil acesso, como Tesouro Selic. Gastar todo o 13º sem guardar uma parte para emergências ou investimentos futuros é uma oportunidade perdida de fortalecer sua segurança financeira.
Se você já tem uma reserva de emergência, pelo menos uma parte do 13º pode ser guardada para despesas que surgem todo início do ano, como IPTU, IPVA, matrículas e materiais escolares. Começar o ano sem planejamento pode causar um desastre financeiro no ano inteiro.
Planejar o uso do 13º para pagar contas anuais à vista, como IPTU e IPVA, conforme falado anteriormente, além de dar tranquilidade para começar o ano, ainda pode render bons descontos e economias significativas. Isso faz sobrar dinheiro para outro usos.
Para quem já está com a vida financeira organizada e dinheiro guardado para as despesas de início do ano, é importante pensar em aplicar o dinheiro em investimentos mais longos, de acordo com o seu perfil de investidor. Investir sem entender os riscos pode gerar perdas significativas. Evite aplicações como ações ou criptomoedas se você não tem experiência no mercado. Busque orientação profissional séria.
Um importante objetivo para o longo prazo é fazer investimentos pensando na aposentadoria, para não passar aperto no futuro. Por isso, se possível, destine uma parte para aplicações que garantam uma velhice tranquila. Isso ajuda a garantir estabilidade futura.
A vida não deveria ser apenas “esperar o mês acabar para receber o salário e pagar as contas do dia a dia”. Se você já fez o “dever de casa” e está com as contas organizadas e o futuro planejado, nada mais justo que realizar sonhos. Nesta situação, pelo menos parte do 13º pode ser usado para alcançar objetivos importantes para você, como fazer uma viagem, comprar algo desejado. Aproveitar o dinheiro para lazer é válido, mas priorizar o consumo em detrimento de outras necessidades pode gerar arrependimentos.
Uma outra opção é aproveitar para realizar alguma formação (cursos, palestras ou especializações) que possam agregar valor à sua carreira e aumentar suas chances de crescimento profissional, garantindo uma renda maior no futuro.
Comemore o fim de ano com moderação e planejamento. Defina um orçamento para festas, confraternizações e presentes, garantindo que o lazer não comprometa outras prioridades financeiras. Aproveitar o dinheiro para lazer é válido, mas priorizar o consumo em detrimento de outras necessidades pode gerar arrependimentos.
Considere utilizar o 13º para cuidar de sua saúde ou investir em itens que melhorem seu bem-estar, como atividades físicas ou consultas médicas. Entretanto, evite comprometer seu orçamento com longas parcelas ao usar o 13º como entrada para um financiamento que você não pode sustentar no longo prazo.
Apesar de existir muita informação gratuita sobre educação financeira, para se obter conhecimentos mais específicos, contando inclusive com a mentoria de bons profissionais, é necessário investir em uma boa formação para aprender mais sobre o mercado financeiro, podendo ser uma boa opção (a depender dos objetivos de vida) para o uso de pelo menos uma parte do 13º. Isso poderá garantir investimentos mais inteligentes, que trarão maiores retornos (com segurança) ao longo da sua vida.
Ao longo desse texto, as dicas mostraram muitas opções para o uso do 13º. Mas, como todo mundo sabe, o dinheiro é limitado e provavelmente não será possível fazer tantas coisas. De forma geral, o caminho mais comum para a maioria das pessoas deveria ser resolver problemas financeiro do passado (pagar dívidas em atraso), organizar o presente (avaliar e resolver logo no começo possíveis contas atrasadas, que iriam surgir no curto prazo, por causa de algum descasamento entre recebimentos e pagamentos) e construir um futuro melhor (fazer bons investimentos). Diante de tantas possibilidades a melhor escolha vai depender da realidade financeira de cada um. Por isso, antes de usar o 13º, analise cada dica e liste suas prioridades, aplicando o valor de acordo com a sua realidade/necessidade. Um planejamento claro ajuda a fazer um uso mais eficiente do dinheiro.
O 13º salário é uma oportunidade para transformar sua relação com o dinheiro. Ao seguir essas 13 dicas, você consegue equilibrar dívidas, investimentos e lazer, garantindo que essa renda adicional traga benefícios duradouros. Planeje, priorize e aproveite!
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