Após 11 anos do desaparecimento e morte da jovem penedense Roberta Dias, a Justiça de Alagoas pronunciou a júri popular, nesse domingo (2), Karlo Bruno Pereira Tavares e Mary Jane Araújo, que são acusados do crime. Segundo a denúncia, a mulher era sogra da vítima e não se conformava com a gravidez. Já o homem era amigo do filho de Mary Jane e teria executado a jovem enforcando-a com um fio. A data do julgamento ainda não foi marcada.
De acordo com a denúncia, no dia 11 de abril de 2012, por volta das 16h, Roberta Dias foi capturada e levada a um local ermo por Karlo Bruno Pereira Tavares, na companhia do então adolescente Saullo de Thasso Araújo Santos, com 17 anos à época.
A jovem teria sido asfixiada com um “fio de extensão” de som automotivo envolto no pescoço. Segundo a denúncia, a mãe de Saullo foi a mentora e financiadora da empreitada criminosa.
O Ministério Público Estadual (MPE) acusa Karlo Bruno e Mary Jane pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e aborto provocado por terceiro, assim como por ocultação de cadáver.
Em 2018, veio à tona uma conversa em que Karlo Bruno foi gravado confessando o crime. A defesa dele pediu que o diálogo fosse considerado prova ilícita, mas a Justiça entendeu que a jurisprudência dos Tribunais Superiores é no sentido de que a gravação ambiental realizada por um de seus interlocutores, sem o conhecimento do outro, pode ser utilizada em processos criminais, seja pela acusação ou pela defesa.
“Verifica-se do conjunto probatório que é admissível que ambos os acusados teriam motivos para atuarem no intento criminoso narrado na denúncia, quais sejam: a acusada em virtude da suposta repulsa à gravidez da vítima, cuja paternidade teria sido atribuída ao seu filho; e o acusado para, em tese, ajudar o amigo, suposto pai do nascituro de Roberta Costa Dias”, diz trecho da decisão.
Os restos mortais de Roberta Dias só foram encontrados em 18 de abril de 2021, nove anos após o crime. Em julho do mesmo ano, a Perícia Oficial de Alagoas confirmou que a ossada encontrada no Pontal do Peba, em Piaçabuçu, era da estudante. No entanto, ela só foi sepultada em 16 de novembro de 2021, após sua mãe esbarrar em questões burocráticas.
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