O atacante Alef Manga vai voltar aos treinos no Coritiba a partir de segunda-feira. O jogador vai trabalhar em horários específicos enquanto aguarda o depoimento ao Ministério Público de Goiás, adiado para a próxima sexta-feira. Ele irá prestar esclarecimentos após ter o nome citado em conversas com apostadores investigados na Operação Penalidade Máxima II.
Manga está afastado no Coritiba desde o dia 10 de maio, antes da partida com o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro. O contrato dele com o Alviverde está suspenso, em decisão tomada após conversa do staff do jogador com o clube.
No momento, Alef Manga não foi denunciado e nem se tornou réu no caso. Em nota, a defesa do jogador reitera que Manga é inocente e que está "colaborando com a Justiça para que o caso seja solucionado e o atleta possa seguir desempenhando o seu trabalho, sempre com muita dedicação e comprometimento".
O último jogo do atacante pelo Coritiba foi diante do Bahia, pela quarta rodada do Brasileiro, na Arena Fonte Nova.
A passagem de Manga pelo Coritiba
Alef Manga chegou ao Coritiba por empréstimo no ano passado. Em pouco tempo, o atacante se destacou e terminou o ano como artilheiro do clube. Ao todo, ele disputou 54 jogos e marcou 16 gols.
O bom desempenho fez o Coxa exercer o direto de compra de Manga. O clube pagou cerca de R$ 2 milhões por 50% dos direitos econômicos. O vínculo iria até o fim de 2025.
Em 2023, Manga segue como protagonista do Coxa. Ele atuou em 19 jogos e marcou nove gols.
Entenda o caso
A Operação Penalidade Máxima já fez buscas e apreensões nos endereços dos envolvidos. As investigações começaram no final de 2022, quando o volante Romário, do Vila Nova-GO, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
Romário recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os outros R$ 140 mil após a partida, com o pênalti cometido. À época, o presidente do Vila Nova-GO, Hugo Jorge Bravo, que também é policial militar, investigou o caso e entregou as provas ao MP-GO.
A Justiça de Goiás aceitou, recentemente, a denúncia do Ministério Público na operação Penalidade Máxima II. Os atletas, que são investigados e defendem outros clubes, vão responder por envolvimento em esquema de apostas em jogos das Séries A e B do Brasileirão. A punição pode chegar a seis anos de cadeia.
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) já decretou a suspensão, de 30 dias, para os jogadores de futebol denunciados pelo MP e, também, com os que fizeram um acordo.
O MP-GO apresentou duas denúncias, contra 15 jogadores, enquadrados nos artigos 41-C (solicitar ou aceitar vantagem para falsear resultados de competições esportivas) e 41-D (dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de uma competição desportiva ou evento a ela associado).
Vários outros jogadores tiveram seus nomes citados na investigação e acabaram sendo afastados por seus clubes. O procurador-geral do STJD disse que ainda vai analisar os documentos fornecidos pelos investigadores de Goiás antes de propor a suspensão preventiva.
Como ainda não foram julgados – nem pela Justiça Comum e nem pela Justiça Desportiva – os envolvidos no caso não estão impedidos de participarem de jogos. Esse status deve mudar com a suspensão preventiva a ser aplicada pela STJD na próxima semana.
Jogadores que foram denunciados pelo MP-GO:
Eduardo Bauermann (zagueiro, Santos)
Gabriel Tota (meia, ex-Juventude, hoje no Ypiranga-RS)
Paulo Miranda (zagueiro, sem clube)
Igor Cariús (lateral-esquerdo, Sport)
Victor Ramos (zagueiro, ex-Portuguesa, hoje na Chapecoense)
Fernando Neto (volante, ex-Operário-PR, hoje no São Bernardo)
Matheus Gomes (goleiro, ex-Sergipe, sem clube)
Romário (volante ex-Vila Nova, sem clube)
Joseph (zagueiro, Tombense)
Mateusinho (lateral-direito, ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá)
Gabriel Domingos (volante, ex-Vila Nova, sem clube)
Allan Godói (Sampaio Corrêa)
André Luiz (ex-Sampaio Corrêa, sem clube)
Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã)
Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR)
Há outros quatro jogadores que confessaram estes crimes ao Ministério Público, mas fizeram acordos para se tornarem testemunhas no caso. São eles:
Kevin Lomonaco (zagueiro, Bragantino)
Moraes (lateral-esquerdo, ex-Juventude, hoje no Atlético-GO)
Nikolas Farias (volante, sem clube)
Jarro Pedroso (atacante, ex-São Luiz-RS, hoje no Inter-SM)
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