A família de Ceci Cunha usou as redes sociais, nessa segunda-feira (25), para lamentar a soltura do médico e ex-deputado Pedro Talvane Luis Gama de Albuquerque Neto, condenado por mandar matar a deputada em 1998.
Familiares da vítima repudiaram a decisão da Justiça, que, segundo eles, 'representa mais um capítulo na história da impunidade no estado e no país'.
"Libertar o assassino da minha mãe Ceci Cunha, do meu pai Juvenal e de mais dois parentes representa mais um capítulo na história da impunidade em nosso estado e em nosso país. O criminoso Talvane Albuquerque, condenado a mais de 103 anos de prisão, está solto. Como pode???", escreveu o filho de Ceci Cunha, o senador Rodrigo Cunha.
Cunha disse que a liberdade de Talvane fere o luto da família da deputada, que foi assassinada de forma brutal. "Eu e minha família repudiamos esta soltura e não temos palavras capazes de expressar nosso lamento e nossa agonia. Hoje, mais uma vez, revivemos dolorosamente o luto que nos fere há mais de duas décadas diante de um crime brutal e que parecia ter tido um desfecho, com a condenação de seus autores intelectuais e materiais".
O filho de Ceci Cunha ainda se mostrou indignado; além disso, informou que vai à Justiça para pedir, mais uma vez, a prisão de Talvane Albuquerque.
"Seguiremos lutando e não vamos perder a fé na Justiça! A vida humana não pode ser tratada com tamanho menosprezo, e quem causou tanto mal merece punição. Vamos novamente acionar o Judiciário, buscando fazer com que Talvane Albuquerque pague pelo crime cometido".
Preso desde 2012
O ex-deputado por Alagoas Pedro Talvane Luis Gama de Albuquerque Neto estava preso desde 2012, quando foi condenado, pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal de Alagoas, pelo assassinato da também deputada federal Ceci Cunha em 1998. Como Alagoas não possui unidade prisional para o regime semiaberto, local para onde o preso voltaria para dormir, Albuquerque dormirá em casa
A Secretaria de Estado da Ressocialização e Inclusão Social (Seris) informou que recebeu o alvará de soltura do reeducando e que ele progrediu de regime. De acordo com o que apurou a Gazetaweb, Talvane Albuquerque será monitorado por meio de tornozeleira eletrônica.
Inicialmente, Talvane Albuquerque foi condenado a cumprir 103 anos e 4 meses de prisão. No entanto, em maio de 2021, ele conseguiu a redução da pena para 92 anos, nove meses e 27 dias, após decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Fonte: Gazetaweb
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